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Problemas climáticos na Argentina sopram oportunidades para o agro brasileiro

Previsões estimam perda de mais de 10 milhões de toneladas com prejuízos bilionários

A Argentina passa pela pior seca dos últimos 44 anos, com 87% menos chuva do que a média histórica. Mesmo que volte a chover, os prejuízos na safra dos nossos vizinhos, que são o terceiro maior produtor de soja do mundo, já estão consolidados. As previsões mais pessimistas estimam uma perda de mais de 10 milhões de toneladas em relação ao estimado inicialmente. E os prejuízos devem ser bilionários, conforme cálculos feitos pelas Confederações Rurais Argentinas (CRA) e revelados em uma entrevista concedida pelo departamento econômico da instituição ao Boletim Informativo.

O primeiro impacto dessas perdas entre produtores argentinos se refletiu nos preços internacionais. As cotações do bushel na Bolsa de Chicago (que fizeram a saca passar dos R$ 80 no Porto de Paranaguá) subiram a níveis que não se viam desde 2016 – embora a pressão sobre as cotações já tenha diminuído seu ímpeto. Agora, um outro sintoma visível é o da reorganização do mercado agrícola brasileiro. Considerando que teremos a segunda maior produção da história (ver gráfico ao lado), abre-se uma oportunidade para se ocupar o espaço aberto pela quebra na produção argentina. É o que explica Wilhelm Eduard Milward de Azevedo Meiners, professor e pesquisador do Estúdio de Economia da PUC-PR.

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