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Disparam as exportações de milho por Paranaguá

As exportações de milho pelo porto de Paranaguá, no Paraná, continuam aquecidas e já superaram 1 milhão de toneladas desde o início do ano. Conforme a administradora do porto (APPA), no mesmo período de 2012 os embarques somaram 340 mil toneladas. Segundo a APPA, passaram 44,4 mil caminhões pelo pátio de triagem do porto no primeiro bimestre, 13,7 mil deles carregados com o cereal. Em igual intervalo de 2012, foram 44 mil caminhões, e "só" 4,5 mil com milho.

"Este está sendo um ano bem atípico, uma novidade para o milho", afirma Juliana Tieme Yagushi, engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná, em comunicado divulgado pela APPA. Para suportar o crescimento do movimento com milho, a APPA informou que precisou adotar medidas para facilitar o escoamento.


"Não está sendo autorizada a atracação de navio com parcial de carga, até que termine os navios de milho. Nas reuniões de atracação, são chamados os quatros primeiros navios de soja programados. Caso nenhum consiga fechar a carga, entra o próximo de milho. Essas ações são transitórias e visam agilizar o embarque de milho para receber a soja, que está vindo com tudo", diz Luiz Henrique Dividino, superintendente da APPA, no comunicado.

No primeiro bimestre, as exportações de soja em grão por Paranaguá chegaram a 517 mil toneladas, enquanto os embarques de farelo de soja atingiram 556 mil. De acordo com a APPA, no corredor de exportação de Paranaguá há em estoque 535,2 mil toneladas do complexo soja (inclui grão, farelo e óleo) e 59 navios aguardam para carregar mais de 3 milhões de toneladas desses produtos. "Ou seja, quase 70% dos navios que aguardam para atracar e receber soja em Paranaguá, ainda não tem disponibilidade do produto".

Além dos berços do corredor de exportação, a APPA informou que o berço 206 também está sendo ocupado pelo milho. A oferta do cereal está elevada tanto em consequência da grande colheita da segunda safra da temporada 2011/12 quanto do início do escoamento da atual safra de verão 2012/13.

Enquanto os gargalos logísticos brasileiros para escoar a produção ganham destaque na pauta do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) – segundo a agência Dow Jones Newswires, o órgão realçou que a demora para o carregamento de navios no Paraná poderá chegar a 60 dias nos próximos meses -, esse aumento de oferta segue a pressionar as cotações internas dos grãos, sobretudo o milho, e a abrir espaço para a queda dos preços das carnes de frango e suína (ver gráficos).

Valor Online

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