Quem pesquisar nos livros de história verá que o Paraná sempre teve vocação para a produção rural. Já passamos pelo ciclo da madeira, da erva-mate, do café (encerrado bruscamente pela geada negra) e hoje vivemos uma agropecuária diversificada que tem nos grãos (soja, milho e feijão) e nas proteínas (frango, leite, suíno e tilápia) seus principais expoentes.
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A força da nossa economia, sempre veio do campo e sempre teve na nossa gente sua principal riqueza. A qualidade do trabalho, a dedicação e a organização da família rural paranaense fizeram e continuam fazendo toda diferença nos resultados econômicos obtidos safra após safra. Toda pujança do agronegócio, que gera superávit comercial, divisas, impostos e empregos, tem início no trabalho realizado dentro das propriedades rurais.
O Paraná é o primeiro colocado nacional na produção de frango, produtos florestais, feijão, cevada e trigo; segundo colocado na produção de carne suína, leite, milho, soja, mandioca, tabaco. O Estado também se destaca na produção de frutas, olerícolas e uma série de produtos, que recebem das mãos dos produtores do Estado a marca da qualidade.
O diferencial do agricultor do Paraná começa quando observamos o tamanho do nosso Estado. Com apenas 2,3% do território nacional, conseguimos ser responsáveis por 13,5% de todo Valor Bruto de Produção (VBP), que corresponde ao desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano do Brasil. O VBP paranaense é o segundo no ranking nacional, ficando atrás somente do Mato Grosso, cujo território é quatro vezes maior.
Isso significa que nossa gente consegue fazer mais com menor área. Isso se reflete também nos números da nossa produtividade. Sem novas fronteiras agrícolas para serem abertas, o Paraná consegue aumentar sua produção no mesmo espaço, provando que tecnologia e boas práticas fazem diferença.
Nas últimas 20 safras a produção de grãos aumentou 70% no Estado. No mesmo período a área destinada à atividade cresceu apenas 37%, o que significa um incremento de 24% na nossa produtividade por hectare plantado. A soja experimentou aumento de 130% na produção e o milho 101% neste período.
Também vale lembrar que o agricultor paranaense consegue aproveitar bem as áreas disponíveis para atividade, realizando até três safras por ano. “O Paraná não é um simples exportador de alimentos, mas sim uma potência agropecuária que gera emprego, riqueza e colabora para a paz social do nosso país”, analisa o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. “E a chave para esses bons resultados todo mundo sabe qual é: produtor rural profissional, que trata a propriedade como uma empresa rural e que tem condições de produzir com acesso a crédito, seguro rural e tecnologia”, completa o dirigente.
De fato, ao trazer oportunidades de realização pessoal e profissional no campo, o bom desempenho do agro paranaense ajuda a reter os mais jovens, combatendo o fantasma do êxodo rural, e ajudando a melhorar a autoestima de trabalhadores, produtores rurais e suas famílias.
“A agricultura paranaense é essencialmente familiar, feita por pequenos e médios produtores. Cerca de 80% das nossas propriedades são de agricultores familiares, que lutam para agregar valor a produtos importantes da nossa agricultura, como vemos na produção de cafés especiais, queijos artesanais, entre outros. Prova disso é que nossas agroindústrias têm produtos premiados nacional e internacionalmente”, destaca o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Gestão de risco
Outra característica do agricultor do Paraná é que ele pensa no futuro, coloca os riscos no papel e se protege com as ferramentas disponíveis. Como uma fazenda é uma “empresa à céu aberto” sujeita à toda sorte de intempéries, a solução para assegurar a produção é o seguro rural. O paranaense é o produtor que historicamente mais contrata seguro rural no âmbito do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do governo federal. O Estado responde por 38,4% de todas as apólices celebradas ao longo da história do programa.
“Esse comportamento do agricultor paranaense, de acreditar no PSR, com certeza foi e continua sendo fundamental para que ele tenha maior estabilidade na sua atividade. Além disso ele diversifica muito as suas atividades dentro da propriedade, tudo isso faz com que ele mitigue o risco no seu empreendimento”, observa o presidente da Comissão Técnica de Grãos, Fibras e Oleaginosas da FAEP, José Borghi.
Inovação
Quando falamos na adoção das novas tecnologias o Paraná também se destaca. O Estado foi o berço da técnica do Plantio Direto no Brasil e continua empregando procedimentos e tecnologias que colocam a agricultura paranaense na vanguarda mundial. Foi aqui que o trio Herbert Bartz, Manoel Henrique “Nonô” Pereira e Franke Dijkstra, encampou os primeiros experimentos da técnica que revolucionou a produção de grãos.
No início da década de 1970 “Campo Mourão era terra dos três S: Samambaia, saúva e sapé”, conta o engenheiro agrônomo fundador da Credicoamo e hoje membro do Conselho de Administração da cooperativa Coamo, Ricardo Accioly Calderari, ao se referir à má qualidade do solo que era encontrado na região. Na companhia de mais quatro amigos ele pertenceu à segunda leva de pioneiros que testaram e ajudaram a aperfeiçoar a técnica de plantio direto na palha. “O [Herbert] Bartz fez pela primeira vez na safra 1972/73 e nós cinco fizemos logo na safra seguinte [1973/74]. Naquela época havia dificuldade com as máquinas, mas estávamos perdendo muito solo, a chuva carregava tudo. Fomos em frente e a técnica foi evoluindo”, relembra.
Esse esforço não foi em vão. De acordo com o Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017, mais de 57% dos produtores paranaenses utilizam o plantio direto na palha como preparo do solo.
Uma olhada nas tecnologias mais recentes aplicadas à agricultura mostra que o uso de drones, também encontra ressonância no produtor paranaense. O Paraná é o quarto Estado com maior número deste tipo de aeronave, perdendo apenas para São Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais (que tem população urbana superior a paranaense). Os drones podem ser amplamente utilizados na atividade agropecuária em serviços de mapeamento e pulverização. Não é à toa que o curso de Operação de Drones é o terceiro título mais procurado do catálogo do SENAR-PR.
É por todos esses motivos que nesse dia 28 de julho, a homenagem aos agricultores paranaenses é mais do que justa. É reconhecer a classe profissional que se especializou, melhorou seus resultados, sem nunca perder de vista sua missão histórica de levar alimento da terra para a mesa do seu semelhante. Parabéns Agricultor!
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