Sistema FAEP

De olho no caminhar do rebanho

‘Manqueira’ é sinal de problema com a saúde e o bem-estar do animal, que se não for tratado, pode gerar prejuízos financeiros para o negócio

A simples tarefa de o produtor observar o deslocamento, o caminhar dos animais nas propriedades, principalmente nas atividades envolvidas com pecuária leiteira, pode ser o diagnóstico inicial para evitar significativos prejuízos financeiros para o negócio. O ato de ‘manqueira’ é sinal de que alguma enfermidade, de fundo biomecânico e/ou infectocontagiosa, acomete o ruminante.

“O animal quando sente dor em qualquer região do sistema locomotor a demostra na forma de uma “manqueira”, no termo técnico, claudicação. Esse é um problema bastante comum nas propriedades, principalmente nas de leite”, explica Daniel Ollhoff, médico-veterinário e professor do curso de Medicina Veterinária e do programa de pós-graduação em Ciência Animal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Apesar da observação do rebanho ser considerada uma tarefa relativamente simples, muitos pecuaristas têm dificuldade em identificar os animais que sofrem com a claudicação. Para o especialista, a média nacional do rebanho nacional de leite com ‘manqueira’, num cálculo conservador, é de 30%, índice considerado alto diante do cenário mundial.

“Como o produtor vê o animal todo o dia mancando, acaba achando que isso faz parte da rotina. Precisamos sensibilizar o olhar do pecuarista, para que tenha um cuidado mais apurado, reconheça esse sintoma e faça a intervenção necessária para evitar prejuízos”, reforça Ollhoff. “Quando o animal não produz, pode não ter doença alguma. Mas o simples desconforto em se locomover reduz a quantidade de alimento ingerido, pois ele não vai tantas vezes até o cocho ou perde a disputa com outros animais”, complementa Alexandre Lobo Blanco, técnico de pecuária do SENAR-PR.

Para fomentar esse processo, a PUCPR, em parceria com o Sistema FAEP/SENAR-PR e outras entidades do setor, irá promover o I Simpósio Brasileiro de Claudicação em Ruminantes e o I Workshop Internacional de Podologia Bovina, entre os dias 7 e 9 de novembro, em Curitiba. Ao longo dos três dias, especialistas, inclusive da Nova Zelândia, irão debater as diferentes doenças envolvidas com a claudicação, prevenção e tratamentos.

“Queremos fomentar essa questão, pois, comparado com outros países como a Alemanha e a Holanda, o Brasil tem que melhorar bastante na questão do bem-estar animal”, destaca Blanco.

Além das palestras e debates sobre o assunto, o terceiro dia do evento será dedicado à prática. Os participantes irão realizar uma visita técnica na bovinocultura leiteira na fazenda experimental Gralha Azul, da PUCPR, com enfoque na podologia e bem-estar. Na ocasião, Emerson Orestes Ferrazza, do SENAR-PR, será um dos instrutores na parte de apara funcional (casqueamento) e intervenções cirúrgicas.

Leia a matéria completa aqui.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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