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Custo de produzir milho e soja na safra 2018/19 deve ser maior

Efeito da desvalorização do Real e do frete devem impactar nos preços dos insumos agrícolas

O Projeto Campo Futuro, fruto de parceria do Cepea/Esalq com a CNA estimou os custos de produzir milho e soja na safra 2018/19, onde o COE é o “Custo Operacional Efetivo” e, portanto, representa os desembolsos; o COT é o “Custo Operacional Total”, ou seja, considera o COE mais a depreciação; e o CT é o “Custo Total”, representando o COT mais o Custo de oportunidade da terra).

Para o cálculo da estimativa dos custos de produção foram utilizados os coeficientes técnicos coletados em painel para safra 2017/18 pelo projeto Campo Futuro e os preços dos insumos levantados pelo Cepea entre janeiro a agosto de 2018. Assim, considerando-se a produtividade média das últimas três safras, foi calculado o preço de nivelamento para a temporada 2018/19, que, por sua vez, foi comparado aos valores de venda da soja e do milho de agosto de 2018.

Na região de Guarapuava, Paraná, com a produtividade média de 63 sacas de soja por hectare o COE foi estimado em R$47,39/saca para temporada 2018/19, 8% acima do custo apurado na safra anterior. Já o COT subiu 6%, para R$51,79/sc. Para o milho verão, com a produtividade média de 194 sacas por hectare, o cereal teria que ser negociado a R$26,51/sc para cobrir o desembolso – calculado em 4% superior ao da temporada passada. Os valores do COT e o CT, foram de R$28,58/sc e a R$36,11/sc, respectivamente.

Em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, considerando-se a produtividade média da soja de 69 saxas por hectare, os preços de nivelamento para saldar os custos seriam de R$45,35/sc para o COE, de R$48,80/sc para o COT e de R$73,29/sc para o CT. Mesmo com os aumentos de 8% no COE e de 6% no CT, o cenário é favorável ao produtor, já que a cotação da saca da oleaginosa registrou média de R$75,90 em agosto de 2018. Quanto ao milho verão, para quitar o COE, 9% mais caro nesta safra, a saca deveria ser vendida a R$32,23. Já para liquidar o COT e o CT, a produção precisaria ser comercializada, respectivamente, a R$34,05/sc e a R$44,01/sc, sendo que o último está acima do valor médio negociado em agosto/18, de R$35,35/sc.

No caso de Sorriso, Mato Grosso, com as altas de 5% nos custos operacionais e totais, para pagar o COE, o sojicultor teria que comercializar a produção pelo preço médio de R$45,50/sc, considerando-se a produtividade em 57 sacas por hectare. Ao considerar o COT, seria necessário vender a oleaginosa por R$48,43/sc. Já para cobrir o CT, seria preciso comercializar a soja por R$59,63/sc, ainda abaixo da média negociada no spot em agosto de 208, de R$65,53/sc.

O custo de desembolso de implantação da lavoura teve acréscimo de 11% em Rio Verde, Goiás. Sendo assim, o produtor deveria comercializar a produção de soja por R$49,11/sc, em que a produtividade típica é de 58 sacas por hectare. Para saldar o COT, a saca deveria ser comercializada ao preço médio de R$53,85/sc. Já para quitar o CT, que encareceu 9%, a produção deveria ser negociada a R$69,24/sc, frente aos R$69,30/sc recebidos pelo produtor no mercado spot de agosto de 2018.

Fonte: Farm News.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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