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Crise na comercialização de feijão exige recursos imediatos do Governo Federal

No estado, o preço médio recebido pelos produtores de R$ 61,27 por saca está abaixo da Política de Garantia de Preços Mínimos de R$ 95,00 por saca de 60 kg, a qual, inclusive, está defasada em relação ao custo de produção de R$104,77

No lançamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), em 19 de maio de 2014, a presidente da República prometeu R$ 5,6 bilhões de apoio à comercialização de produtos agrícolas, mesmo valor anunciado no PAP da safra anterior.

Como é de conhecimento do governo federal, o produtor de feijão no Brasil tem recebido preços aviltantes durante 2014. O prometido apoio à comercialização tem decepcionado os agricultores, pois os valores anunciados são insuficientes, representando até o momento menos de 3% da segunda safra de feijão do Paraná, maior produtor nacional da leguminosa.

No estado, o preço médio recebido pelos produtores de R$ 61,27 por saca está abaixo da Política de Garantia de Preços Mínimos de R$ 95,00 por saca de 60 kg, a qual, inclusive, está defasada em relação ao custo de produção de R$104,77, calculado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

Nos municípios em que o ritmo de comercialização está mais lento, segundo dados da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), o preço médio recebido pelo produtor tem registrado cotações de R$ 40,00 por saca. Muitos desses produtores deixaram de vender o feijão a R$ 60,00 dois meses antes, pois acreditaram no anunciado apoio à comercialização do Plano Agrícola e Pecuário. Eles investiram na cultura, tendo contraído financiamentos no crédito rural fomentado pelo próprio governo federal.

Até o momento foram comercializados 65% da produção da segunda safra no estado, restando 165 mil toneladas. O apoio à comercialização concedido no final de maio, com recursos de R$ 2 milhões para o Paraná, foi insuficiente e garantiu apenas 1,2 mil toneladas, enquanto 337 mil toneladas do produto da primeira safra já haviam sido comercializadas pelos produtores com preços aviltantes abaixo do preço mínimo. Os recursos de R$ 20 milhões disponibilizados em junho resultaram no apoio de menos que 3% da segunda safra e já terminaram.

Com esse cenário dramático da comercialização de feijão e o desestímulo ao plantio da nova safra a partir de agosto, o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, solicitou que o governo revise sua política agrícola “liberando com urgência recursos da ordem de R$ 70 milhões para o Paraná no apoio a comercialização do feijão, sendo R$ 35 milhões em agosto e R$ 35 milhões em setembro”.

* O ofício foi encaminhado à presidente da República; aos Ministérios da Casa Civil, Mapa, MDA, Planejamento, Fazenda; à bancada de deputados federais do Paraná; ao presidente da Frente Parlamentar da Agricultura e ao SE/Mapa: Gerardo Fontelles e SPA/Mapa: Seneri Paludo

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