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Crise afeta exportação de carne de frango do Brasil

As incertezas na economia mundial, principalmente com o avanço da crise na Europa, afetam as exportações brasileiras de carne de frango e já geram previsões pessimistas para 2012 por parte do setor exportador.

Neste ano, as embarques de frango do Brasil cresceram menos que o previsto pelos exportadores, e a principal razão é a demanda mais contida. "Esperávamos um crescimento de 3% a 5%, mas dificilmente chegaremos a isso", reconhece Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).

Entre janeiro e outubro deste ano, os volumes somaram 3,233 milhões de toneladas, um crescimento de apenas 1,5% em relação ao mesmo período de 2010, segundo a Ubabef.

A previsão para a receita com as vendas externas de frango, porém, está mantida, já que houve aumento nos preços do produto na exportação. A alta recente do dólar também é favorável ao setor. Conforme a estimativa da entidade, a receita deve alcançar US$ 8 bilhões este ano, 18% de alta sobre 2010. Até outubro, os embarques de carne de frango renderam US$ 6,743 bilhões, aumento de 21,1% sobre igual intervalo de 2010.

Segundo o presidente da Ubabef, a receita avançou, apesar da queda dos volumes vendidos, porque o Brasil conseguiu repassar a alta dos custos para os preços e foi mais competitivo que os EUA, seu concorrente no mercado mundial de frango.

Considerando apenas outubro, os embarques de frango somaram 335,73 mil toneladas, 0,7% acima do mesmo período do ano anterior. As receitas no período avançaram 17,1% na mesma comparação, para US$ 707,73 milhões.

Além da crise, que afeta a demanda europeia, as exportações brasileiras também sofreram os efeitos do embargo russo a estabelecimentos exportadores de carnes do país, observa Turra. Outro motivo foi a interrupção, sem justificativas, das compras do Irã, acrescenta.

Diante do atual cenário, o setor está cauteloso com o próximo ano. "Deve ser um ano complicado, de baixo crescimento, com disputa com produtores locais nos mercados importadores", avalia Turra.

Fonte: Valor Econômico – 18/11/2011

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