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Copa deve elevar demanda e preço de suínos e aves no País

A avaliação é do vice-presidente na área de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a nova entidade que representa os interesses dos segmentos de suínos e aves

suldoeste_suinocultura_lineufilho-(165)Com a proximidade da Copa do Mundo no Brasil, somada à alta nos preços da carne bovina, aumenta a demanda interna para suínos e aves, que tendem a sofrer um incremento nos valores para os próximos meses. A avaliação é do vice-presidente na área de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, nova entidade das cadeias de suínos, frangos e ovos apresentada ontem à imprensa durante evento em São Paulo.

“Os preços das aves estão bons, mas devem subir nos próximos meses em função da Copa. Há um aumento no consumo e uma disputa entre o mercado interno e externo, onde a demanda para o País tende a ser privilegiada”, diz o vice-presidente.

A afirmação corrobora com as expectativas da cadeia de suínos, mas para esta a venda internacional também deve ser um fator crucial para a movimentação dos mercados. “As exportações vão reagir mais agora, com a entrada da Rússia e o preço vai se tornar mais competitivo”, completa o vice-presidente da área de suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha.

Segundo Saldanha, entre os principais países a serem atingidos pelo mercado brasileiro estão México, África do Sul e Coreia do Sul, além da União Europeia. “Estamos negociando há cerca de três anos para fechar com a União Europeia e se atingirmos nossos objetivos ficaremos com até 90% do mercado exportador de carne suína”,afirma.

Mercado

O analista da Safras e Mercado no segmento de aves, Fernando Iglesias, explica que o mercado atravessa um período de estagnação de preços, que caíram por desvalorização, num primeiro momento, e agora começaram um processo de recuperação no setor.

“A partir da segunda quinzena de fevereiro o mercado voltou a reagir e está conseguindo manter os níveis de cotação. A carne de frango é uma das substitutas da bovina, que está mais cara. A população consome o que tem menos impacto na renda”, afirma.

De acordo com o analista, nos anos anteriores não havia muita demanda, e, de fato, nos próximos meses haverá priorização ao atendimento da demanda interna, com uma tendência altista nos preços.

Ricardo Santin ressalta que, em função dos problemas climáticos com as safras de grãos, o custos também podem ser repassados ao consumidor por uma redução na oferta de ração da aves.

O produtor de suínos da região de Santa Catarina, José Cleo Kunst, lembra que a entrada das estações mais frias colabora para alavancar os valores da carne no segmento. “Já está havendo uma procura maior pelo suíno e a tendência é aumentar durante o inverno. Entregamos 12 mil leitões vivos por ano e a estimativa para 2014, até o momento, tem se mantido”, diz Cleo Kunst.

Para o analista na suinocultura, Allan Hedler, a oferta ainda está baixa quando comparada ao ano passado. “Os abates de fevereiro foram 18% menores em relação aos últimos 12 meses. Mas a oferta do boi também deu espaço para o suíno subir de novo e já esperamos uma recuperação no mês de março”, avalia o especialista.

Associação

A fim de unificar os interesses dos segmentos de suínos e aves, após dois anos de negociações, foi apresentada ontem (24) a ABPA.

A partir de agora a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) deixam de existir.

Segundo o presidente da nova entidade, Francisco Turra, “o principal objetivo foi construir uma entidade que viabilizasse sinergias e ampliasse o papel político-social das antigas associações. São cadeias com demandas similares em vários aspectos e devem cumprir uma agenda comum principalmente nas negociações com o mercado externo”, lembra.

O conselho consultivo da associação conta com representantes de grandes corporações como JBS, BRF e Aurora, ao lado das principais cooperativas e associações dos segmentos. “Nossa ideia foi incluir integrantes de toda a cadeia produtiva dos dois setores”, diz Turra.

Atualmente, o Produto Interno Bruto (PIB) da avicultura e da suinocultura somam R$ 80 bilhões. No total, as cadeias produtivas geram 1,756 milhão de empregos diretos, visto que mais de 400 mil deles são em plantas frigoríficas. Juntas, as exportações destes setores somaram cerca de US$ 10 bilhões em 2013, uma representação de 10% da balança comercial do agronegócio.

Esta será a maior entidade representativa do setor de proteína animal do Brasil, com 132 associados. A meta inicial é chegar a 150 associados, porém há projeções de crescimento até 2020.

 

Fonte: DCI – 25/03/2014

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