Muito se fala em empreendedorismo, mas nem sempre esse conceito está bastante claro. Afinal, o que é “empreender”? Segundo o dicionário é ter “disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços e negócios”. Ou seja, empreender nada mais é do que colocar uma ideia em prática, de forma planejada e organizada.
Para que os produtores rurais do Paraná possam empreender com segurança, o Sistema FAEP/SENAR-PR, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR) e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), promove, há 15 anos, o Programa Empreendedor Rural (PER). O projeto tem como objetivo dar todo o suporte necessário para que os agricultores e pecuaristas paranaenses possam realizar seus projetos empreendedores da melhor forma.
O PER compreende um curso ao longo do ano, no qual os participantes aprendem a construir um projeto de negócio, colocando na ponta do lápis todas as variáveis que podem influenciar seu negócio. Desta forma, esses empreendedores descobrem seu lugar no mercado, a concorrência que enfrentarão, os caminhos para a comercialização, dentre outros pontos que fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empreitada. Desde que foi criado, o programa já capacitou 28 mil pessoas, que a partir desta experiência passaram a olhar de outra forma para seus negócios rurais.
Ao longo do curso, os alunos aprendem a construir um projeto.
Posteriormente, os 89 trabalhos inscritos na edição 2018 do PER foram avaliados por uma banca composta por especialistas que selecionou os 10 finalistas em um concurso que premia as melhores iniciativas. Os vencedores serão conhecidos durante o Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais, dia 14 de dezembro, no Expotrade Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
CONFIRA O RESUMO DOS PROJETOS:
Maracujá na pequena propriedade rural: geração de renda e sustentabilidade
Luiz Carlos Osipi – Maringá
Com objetivo de proporcionar maior renda e melhor qualidade de vida à família, o produtor Carlos Osipi propõe duplicar a área ocupada com maracujá, passando dos atuais 50 m2 para 100 m2, além de aumentar sua produtividade por meio de técnicas mais avançadas de manejo. A variedade escolhida é a BRSGA1, da Embrapa. Para a comercialização existe uma ampla variedade de oportunidades, uma vez que a propriedade está próxima ao centro consumidor da Região Metropolitana de Maringá.(por ordem alfabética da cidade)
Implantação de um apiário para produção de mel e seus derivados
Nathan Eduardo M. de Moraes – Pinhão
Neste projeto, o neto dos proprietários busca agregar valor à propriedade da família por meio da diversificação de atividades. Hoje, o Sítio Pérola é dedicado à bovinocultura de corte. A ideia do jovem Nathan é instalar um apiário, agregando a produção de mel e derivados às atividades já desenvolvidas. A expectativa é que o aumento na renda traga melhoria na qualidade de vida.
Diversificação agrícola na fazenda Capivari: implantação da cultura da canola, trigo mourisco e shitake
Ana Paula Bochnie Amaral – Ipiranga
O valor sentimental que tem pela Fazenda Capivari, onde nasceu e cresceu, motivou a empreendedora Ana Paula a construir um projeto para diversificar a geração de renda na propriedade. Hoje, a fazenda se dedica às atividades de ovinocultura, silvicultura e produção de grãos. O objetivo do projeto é aproveitar a estrutura já existente para implantar a produção de cogumelo shitake, trigo mourisco e canola. O objetivo é aumentar a renda e tornar a propriedade financeiramente estável.
Implantação de Sistema de Integração Lavoura-Pecuária como estratégia de diversificação de atividades e de sucessão familiar
Ana Cláudia de Paiva Carvalho Bavaresco – Maringá
A Fazenda Rastro da Onça, localizada no município de Cianorte, já passou por diversas atividades ao longo dos seus 40 anos de história, desde a bovinocultura de corte, até o cultivo de soja, milho, aveia e outras culturas vegetais. Agora, a filha da proprietária pretende unir estas atividades implantando o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), diluindo os riscos financeiros, otimizando o uso das áreas da propriedade e preparando a próxima geração de proprietários a se envolver com a atividade.
Produzir batata doce irrigada – realizando um sonho em família
Aline Almeida Borges – Rondon
Uma família muito unida em seus sonhos e objetivos. Assim são os Borges, que chegaram ao Paraná vindos de São Paulo, na década de 1950. No sítio Santa Ana, de 2,4 hectares, eles desenvolvem
fruticultura, com produção de morango e banana-maçã. Outra área arrendada, de 20 hectares, é destinada à produção de batata doce. O objetivo do projeto da jovem Aline é estruturar e organizar a produção desses alimentos de modo a garantir renda e melhor padrão de vida para toda a família.
Desenvolvimento de um sistema integrado de produção agropecuária aplicado ao Sítio Zanovello
Roni Clei Zanovello e Criz Renê Zanovello – Guarapuava
Reforçar as atividades onde a propriedade obtém maiores ganhos financeiros e alterar as atividades que demandam muito trabalho e trazem pouco retorno. Resolver essa equação com precisão é o desafio dos proponentes deste projeto. Hoje, o Sítio Zanovello, de 67,9 hectares, é fonte de sustento da família Zanovello, formada por quatro pessoas. Porém, para que a propriedade continue viável a longo prazo, é necessário conhecer a fundo seus números.
Sistema de irrigação na cultura do tabaco
Alex Traczveski e Diogo Belin – Prudentópolis
Dobrar a produção de tabaco no Sítio São Pedro. Esta meta ousada é o objetivo central dos proponentes deste projeto. A estratégia para isso é corrigir uma limitação climática para garantir maior produtividade por pé de tabaco. A ideia é antecipar o plantio para agosto, o que não era feito anteriormente por conta da ausência de chuvas. Para driblar esta questão, foi feito um projeto de irrigação da área plantada.
Melhoria nos custos de produção da atividade de frango de corte
André Facin e Adriano Facin – Céu Azul
Obter uma renda familiar que proporcione uma vida digna e a permanência das novas gerações no campo. Esse é um dos objetivos deste projeto, no qual os irmãos Facin buscam dar um salto de produtividade na atividade avícola. Está prevista a instalação de um novo aviário com capacidade de produção de 120 mil aves por ano, a partir de março de 2019. Para conquistar a autossuficiência energética, a dupla pretende implantar uma produção de cavacos para queima.
Construção de estufa semi-hidropônica para produção de tomates
Carla Viviane Lima Ribeiro – Cidade Gaúcha
O objetivo da proponente deste projeto é a construção de uma estufa para a produção de 3.220 quilos de tomate por ano no sistema hidropônico. Desta forma seria possível oferecer o produto o ano inteiro, aproveitando os melhores momentos de comercialização, quando a sazonalidade da produção é baixa, em função do clima. Com a renda extra, a família poderia ter maior qualidade de vida e auxiliar o pagamento dos estudos da filha Milena, que pretende cursar Medicina.
Aviário de frango de corte com autossuficiência de lenha
Milton Toshio Teshima e Luzia Mary Shimote Teshima – Assaí
O casal Milton e Luzia Teshima se conheceu quando trabalhavam no Japão e de lá vieram com o propósito de viver e criar os filhos na área rural. Agora, a família escreve um novo capítulo da sua história com o projeto de construção de um novo aviário de frango de corte com autossuficiência em lenha para aquecer os animais. A ideia é aproveitar as estruturas que já existem na propriedade para otimizar ainda mais o uso da terra.
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