Na semana passada, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) divulgou o levantamento de estimativas e condições da safra 2016/17 para as culturas de soja, milho, feijão, trigo, batata e mandioca no Paraná.
Soja
A área de plantio de soja para a safra 2016/17 é de 5,26 milhões de hectares, 0,4% menor que a safra 2015/16. A produtividade esperada é de 3.689 kg/ha, sendo 18% maior que a produtividade registrada na safra 2015/16. A produção é estimada em 19,4 milhões de toneladas, sendo a maior colheita da história do estado, apresentando um aumento de 17% em relação a safra passada. A colheita conta com 99% da área total já colhida, o produto apresenta boa qualidade e a produtividade está 6% acima do esperado em relação à expectativa no início da safra, que era de 3.491 kg/ha.
As condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento da cultura, principalmente com a ocorrência de chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo. Ao contrário da temporada passada a incidência de doenças não foi severa devido às condições climáticas menos favoráveis para o desenvolvimento da ferrugem asiática da soja.
Milho verão
A área plantada do milho 1ª safra é de 502.806 hectares, 21% maior que a safra anterior que foi de 414.025 hectares. A produtividade média esperada é de 9.241 kg/ha, sendo 15% maior que a safra anterior e a expectativa de produção é de 4,65 milhões de toneladas, apresentando um aumento de 40% em relação à safra 2015/16.
Quanto a colheita, 96% da área está colhida e o produto apresenta boa qualidade. Da área a colher, o estádio é de maturação fisiológica e apresenta boas condições de desenvolvimento em 96% das lavouras e médias condições em 4% das lavouras.
Milho safrinha
A área prevista para o milho 2ª safra no Paraná é de 2,38 milhões de hectares, registrando um aumento de 8% em relação a safra anterior. A produção esperada é de 13,88 milhões de toneladas, sendo 36% maior que a safra 2015/2016 e a produtividade esperada é de 5.836 kg/ha, 25% maior que a anterior.
Da área de plantio prevista para essa temporada, 100% está plantada e as lavouras estão com 97% da área em boas condições de desenvolvimento e 3% em condições médias. Quanto aos estádios das plantas, 37% em desenvolvimento vegetativo, 42% em estádio de floração, 20% em frutificação e 1% em maturação fisiológica.
Trigo
A safra de trigo 2017 tem área de plantio prevista em 990 mil hectares, sendo 8% menor que a safra 2016. A produção esperada é de 3,15 milhões de toneladas, sendo 9% menor e a expectativa de produtividade é de 3.153 kg/ha, não apresentando diferença significativa para a safra anterior. O plantio do cereal teve início no mês de abril nas regiões Oeste e Norte do estado e conta com 12% da área prevista plantada. A intensificação do plantio deverá ocorrer durante os meses de maio e junho.
A estimativa inicial é que a área de plantio não sofresse alterações significativas, mas devido às dificuldades de comercialização do cereal e falta de políticas públicas que apoiem a produção de trigo, a tendência é que ocorra uma diminuição significativa da área de plantio no Estado. Apesar dessa diminuição, o Paraná continuará como principal produtor de trigo do país, com participação de aproximadamente 53% na produção nacional de trigo.
Visando equalizar os preços do trigo produzido nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Conab, no período de 2 de /12/2016 a 08/04/2017 realizou 11 leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e 9 de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP). No caso do Pepro foram ofertadas para o Paraná 420.000 toneladas e negociadas 104.765,4 toneladas, 24,9% do total ofertado. Quanto ao PEP, foram ofertadas até o momento 357.000 toneladas para o estado e a quantidade negociada foi 33.191 toneladas de trigo, que corresponde a 9,3% da quantidade ofertada. Os preços internos pagos aos produtores não reagiram, fechando com média de R$31,35, valor que não cobre os custos de produção.
Feijão 2ª safra
Ofeijão 2ª safra tem uma área prevista de plantio de 241.079 hectares, sendo 18% maior que a da safra anterior. A produtividade é estimada em 1849 kg/ha, 25% maior que a temporada anterior e a expectativa de produção é de 445.366 toneladas, sendo 50% maior que a produção da safra 2015/2016. A alta oferta de feijão nesta temporada pressionou os preços para baixo e as cotações médias do produto fecharam em R$128,10 no mês de abril de 2017, 39% menor que a cotação no mesmo período de 2016.
Da área estimada, 8% está colhida e o produto apresenta boa qualidade. As lavouras a colher apresentam boas condições de desenvolvimento em 85% das áreas e 15% apresentam médias condições. As lavouras estão em estádio de desenvolvimento vegetativo em 3% das lavouras, 23% em floração, 49% em frutificação e 25% em estádio de maturação fisiológica. Apesar do atraso no plantio devido às chuvas ocorridas no final de janeiro, a cultura não foi comprometida em sua produtividade.
As lavouras de feijão estão suscetíveis à ação de geadas, tendo riscos de perdas pelas geadas ocorridas no dia 28 de abril na região Sudoeste e na região de Guarapuava. A avaliação das consequências das adversidades climáticas na produção poderá ser percebida em até 7 dias após a geada.
Batata 2ª safra
A área de plantio estimada para a batata 2ª safra é de 13.248 hectares, não apresentando aumento significativo em relação à safra passada, que foi de 13.194 hectares. Quanto à produtividade, a expectativa é um aumento de 17% em relação a 2016, totalizando 28.070 kg/ha. Com este aumento de rendimento se confirmando, a colheita deve alcançar 371.874 toneladas. A cultura apresenta boas condições de desenvolvimento em 76% das lavouras e 24% em médias condições.
A colheita teve início e conta com 22% da área colhida e o produto apresenta boa qualidade e 29% da produção está comercializada. O produto apresentou significativa redução de preço em relação à safra passada devido ao excesso de oferta do produto.
Mandioca
A colheita da mandioca atingiu no final de abril 33% da área plantada, que nesta safra deve ser de 108.152 hectares, com redução de 18% em relação à temporada 2015/16. A colheita está adiantada em relação à safra passada em 20 pontos percentuais.
A quantidade comercializada até o início desta semana era de 921.260 toneladas, o que corresponde a 34% da produção total estimada em 2,71 milhões de toneladas. A produtividade desta safra, que deve ser de 25.054 kg/ha, terá impacto negativo sobre a produção, uma vez que a perspectiva é colher 2.386 kg/ha, ou 9% a menos que na safra 15/16. Devido à expressiva redução de 18% na área plantada desta safra 2016/17, os preços da mandioca estão mais elevados em relação ao ano anterior. Esta elevação vem ocorrendo desde o ano passado e se acentuou no início de 2017, e está se mantendo acima de R$500,00 por tonelada.
Comparativo área, produção e rendimento das safras 2015/16 e 2016/17
Preços médios recebidos pelos produtores
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