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Comportamento dos Preços Agrícolas – 2013

Os preços agrícolas internacionais em 2013, notadamente soja, milho e trigo, acusaram queda em relação ao ano de 2012.   Esse resultado pode ser creditado à influência de fatores fundamentais (oferta, demanda, estoques, clima) e financeiros (taxa cambial, variação do dólar).

No caso da soja, a variação foi negativa de -10,7%, passando de US$ 34,33 por saca para US$ 30,65 por saca, um recuo de US$ 3,68 por saca. As flutuações dos preços agrícolas podem causar significativas variações no balanço de pagamentos (conta que registra a entrada e saída de divisas), afetando também a taxa de câmbio. Como a taxa de câmbio é um preço macroeconômico fundamental para a agricultura, qualquer movimento que altere o seu equilíbrio exerce importante influência sobre o setor.

No decorrer dos sete primeiros meses do ano, a soja experimentou volatilidade influenciada por fatores fundamentais (estoques), mercado do clima nos Estados Unidos e especulações na Bolsa de Chicago. A partir de agosto de 2013, os preços apontam curva de preços descendente provocada pela perspectiva de supersafra norte-americana e safra cheia na América do Sul.  O maior preço na Bolsa de Chicago ocorreu no mês de junho/13 (US$ 33,61/saca) e o menor preço em outubro/13 (US$ 28,36 por saca). A previsão de produção mundial de soja na safra 2013/2014 feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA é de 286,83 milhões de toneladas.  Para o Brasil as estimativas apontam uma produção de 89 milhões de toneladas.

A tendência para 2014 é de que haja uma desaceleração dos preços das commodities no mercado internacional, sobretudo da soja, devido à recuperação dos estoques internacionais do grão.

No caso do milho, a variação dos preços foi de – 17,3%, passando de US$ 16,33 por saca em 2012 para US$ 13,50/saca em 2013, ou seja, um recuo de US$ 2,83 por saca. O mercado do milho trabalhou com diferentes fatores, a saber: safra recorde nos Estados Unidos, aumento da produção de etanol, recusa de milho norte-americano pela China. Outro fator que pressionou os preços foi a polêmica do Mandato do Etanol sinalizando a possibilidade de extinção. Com isso, abre a perspectiva das indústrias produzirem o volume de etanol que o mercado necessita.  O maior preço do milho na Bolsa de Chicago aconteceu em março/13, com US$ 16,89 por saca e o menor ocorreu em novembro/13 a US$ 9,99 por saca.

No caso do trigo, mercado seguidor, a situação foi semelhante ao desempenho da soja, com os preços registrando queda de 10,3%, passando de US$ 16,83/saca no ano de 2012 para US$ 15,12 no ano de 2013, uma queda de US$ 1,74 por saca. Excesso de oferta e a competitividade do trigo norte-americano afetada pela produção dos países do Mar Negro repercutiram nos preços.

Quanto ao mercado doméstico paranaense, os preços médios pagos aos produtores de soja e milho em 2013 mostraram queda relativamente ao ano de 2012, ficando abaixo do índice financeiro oficial do Governo, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, de 5,52%.  A exceção ficou por conta do trigo que registrou elevação nos preços.

No caso da soja, os preços médios calculados pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) foram menores em 0,66%, com média anual de R$ 59,02 por saca contra R$ 59,41 por saca em 2012, uma diferença de R$ 0,39 por saca. Colaboraram nesse cenário, o desempenho dos preços da soja no mercado internacional e os problemas internos de infraestrutura e logística.

Para o milho, a queda foi mais acentuada, alcançando menos 15%, configurando um recuo nos preços de R$ 3,54 por saca.  O preço médio passou de R$ 23,52 por saca em 2012 para R$ 19,98 por saca em 2013. Os preços médios até então vigentes, não cobriam o custo total dos produtores. Ainda de acordo com a SEAB desde 18 de outubro de 2010 não se via valores tão baixos para o cereal.

Para o trigo houve aumento, apontando uma alta de 47% nos preços, passando de R$ 28,60/saca em 2012 para R$ 42,13/saca no ano de 2013.  O aumento equivale a R$ 13,53 por saca. Apesar dos preços rentáveis, a cultura enfrentou um período de clima desfavorável (geada em fins de julho), resultando queda na produção estimada, reduzida a 1,9 milhão de toneladas.

 

Considerando que os produtores têm capacidade limitada para influenciar o preço do seu produto final, a estratégia adotada deverá focar cada vez mais em investimentos em tecnologias que reduzem os custos ou aumentam a produtividade.

Gilda Bozza

Economista DTE/FAEP

 

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