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Com clima quente, Marialva projeta colheita farta de uva

Município é o principal produtor do Paraná e o quinto maior do Brasil. Parte do fruto irá abastecer os consumidores nas festas de final de ano

Do tempo cinza e chuvoso do começo de 2016 ao sol de dezembro que traz esperança. Os produtores de uva de Marialva estão vendo dias melhores para a colheita da principal safra do ano, iniciada em novembro e que segue até janeiro, mas que ganha intensidade na segunda quinzena deste mês. Depois de uma safrinha de baixa produtividade devido aos elevados índices pluviométricos e pouca luminosidade trazidos pelo fenômeno El Niño, chegou a hora de dar um “up” na colheita e doçura da uva que irá abastecer os consumidores nas festas de final de ano.

O município de Marialva é o principal produtor do Paraná e o quinto maior do Brasil, responsável por aproximadamente 30% das 66,4 mil toneladas de uva produzidas no Estado em 2015. Este ano, o cenário até aqui não era positivo: a quebra de safra foi superior a 50% e a produtividade fechou entre 3 mil e 4 mil quilos por hectare na safrinha. Além disso, o tempo fechado não foi favorável para elevar os açúcares da fruta. Agora, com o clima mais quente na colheita, a expectativa é que a produtividade ganhe um fôlego numa área que gira em torno de 750 hectares, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura (Seab). Números não oficiais apontam para uma área de produção de 500 hectares.

O presidente do Sindicato Rural de Marialva, Lindalvo José Teixeira, relata que mesmo com a melhora do clima haverá perda de produtividade. Segundo ele, a média deve ficar entre 8 e 10 mil kg/ha, quando o ideal seria de 15 a 18 mil kg/ha. “Nós tivemos um ano muito frio, inclusive com geada em 12 e 13 de junho e ainda momentos de baixa temperatura em julho e agosto”.

Com isso, as plantas acabam entrando em dormência e quem realizou as podas de forma antecipada acabou percebendo uma certa deficiência na emissão dos cachos. Vale dizer que só produz o ramo que é podado. “Houve distúrbios fisiológicos e prejuízos no crescimento da fruta. Agora, quem podou mais no final de agosto e início de setembro conseguiu melhor emissão dos cachos. O clima nos meses de outubro e novembro melhorou, com mais fotossíntese e translocação de nutrientes, o que ajudou na formação desta safra que está sendo colhida agora.”

Para que as perdas não sejam tão grandes e, como forma de estratégia, é recomendado que 33% da poda seja feito “no cedo”, 33% “no meio” e 33% “mais tarde”. “Em Marialva acredito que essa distribuição de poda aconteceu e isso ajuda o produtor e ter menos perda. Com isso, posso dizer que o fechamento da safra pode ser considerado regular”.

Em relação ao teor de açúcar das variedades, que tem um padrão mínimo exigido pelo Ministério da Agricultura (Mapa) para a colheita por meio de uma Instrução Normativa do ano 2000, Lindalvo acredita que a uva de Marialva ficará com grau brix acima de 14 tranquilamente. “Estamos esperando cachos grandes, bonitos e uvas doces. Com isso, ficamos numa melhor expectativa para a comercialização, já que na safrinha não conseguimos preços tão interessantes”. Atualmente, a principal variedade de uva produzida na cidade é a Benitaka (60%), seguida da Rubi (30%) e a Itália, com 10%.

Fonte: Folha de Londrina

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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