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Com chuvas, atenção dobra em relação à ferrugem da soja

Número de ocorrências registradas no Paraná em janeiro foi o maior do Brasil

O excesso de umidade é o fator que mais contribui para o aparecimento da ferrugem asiática em plantas de soja em todo o País. Com as chuvas que têm atingido o Paraná nas últimas semanas, o número de ocorrências registrado neste ano tem crescido em relação ao ano passado. Ao todo, segundo dados do Consórcio Antiferrugem, site de monitoramento da doença gerenciado pela Embrapa Soja, foram registrados até o momento no Estado 50 ocorrências de ferrugem da soja desde o início da safra 2014/15, contra 52 registros contabilizados entre novembro de 2013 e janeiro de 2014, ciclo correspondente à safra 2013/14.

Só em janeiro deste ano, foram registradas no Paraná 27 ocorrências até o dia 21. Neste período, o Estado foi o que mais registrou ocorrência de ferrugem, seguido do Rio Grande do Sul, que contabilizou 25 registros. Claudia Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja, afirma que esses números não são exatos, pois não são contabilizados todas as lavouras que registram a ocorrência da ferrugem. “O objetivo do site é apenas apontar as regiões que estão apresentando focos da doença para que o produtor tome as devidas medidas preventivas”, explica.

Neste mês, o consórcio apontou focos da ferrugem nas regiões de Mauá da Serra, Faxinal, Tibagi, Castro, Ponta Grossa, Cascavel, Três Barras do Paraná, Wesceslau Braz, Santa Helena, Céu Azul, Jacarezinho, Maripá, Jaguapitã, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Ventania e Palmeira.

Se não controlada, afirma a pesquisadora da Embrapa, a doença pode comprometer até 100% da produção. Claudia explica que é normal o aparecimento de ferrugem asiática nessa época do ano, por isso o produtor deve ficar atento principalmente quando a lavoura já está desenvolvida. “Quando a soja começa a fechar, na parte de baixo da planta há um aumento da retenção de umidade, o que favorece o espalhamento da ferrugem”, observa a pesquisadora.

Ela recomenda que antes da lavoura “fechar”, o produtor deve fazer a aplicação preventiva com fungicida, já que quando a ferrugem se instala na planta, fica mais difícil combatê-la. Claudia acrescenta que as chuvas rápidas que ocorrem no final da tarde colaboram muito para o aparecimento da ferrugem. Além de umidificar a lavoura, as chuvas reduzem a temperatura, propiciando uma condição ideal de desenvolvimento da doença.

Samuel Romero Sanches, produtor na região de Jataizinho (Norte), ainda não constatou a presença da doença em sua área de 192 hectares de área plantada com soja. Mas, para evitar uma dor de cabeça futura, ele já fez a aplicação preventiva com fungicida. “É normal aparecer focos de ferrugem nesta época do ano, por isso faço a aplicação preventiva”, aponta. Na safra passada, Sanches revela que a preocupação com a ferrugem foi menor porque a forte estiagem não propiciou condições para o desenvolvimento da doença.

Balanço de safra

As infestações por ferrugem não devem interferir, a princípio, no bom desenvolvimento da safra paranaense. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apontam uma produção de 17,07 milhões de toneladas da oleaginosa, volume 17% superior ao registrado no mesmo período da safra anterior. Em área, o Deral contabiliza um aumento neste ciclo de 3% em relação à safra 2013/14. Ao todo, foram semeados no atual período 5,06 milhões de hectares.

 
Fonte: 23/01/2015 – Folha de Londrina

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