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Clima colabora para a safra de milho no PR

milho-espiga-colheita-(10)Condições climáticas favoráveis têm contribuído, até então, para o bom desenvolvimento da safra de inverno no Paraná. Com toda a área de milho já semeada no Estado, que soma 1,90 milhão de hectares, 11% das lavouras já se encontram na fase de maturação, 61% em frutificação, 26% em floração e apenas 2% em desenvolvimento vegetativo. O balanço faz parte do último levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Para esta segunda safra, o Deral estima uma produção de 9,94 milhões de toneladas de milho, volume 3% inferior se comparado ao mesmo período do ano passado. Um dos fatores que motivam essa estimativa de queda em produção é a redução de 12% na área plantada se comparada à safra 2012/13.

Juliana Yagushi, engenheira agrônoma do Deral, afirma que a safra caminha bem em todo o Estado. A única preocupação, segundo ela, é a falta de chuva na região norte paranaense. Contudo, há uma alta probabilidade de que as precipitações que começaram ontem continuem ocorrendo nos próximos dias, segundo dados fornecidos pelo Simepar.

João Kapsumi Nazima, produtor na região de Guaravera (Norte), afirma que uma chuva nos próximos dias pode ajudar e muito no desenvolvimento da lavoura. Contudo, ele teme risco de geada no período de pós chuva. Ao todo, o produtor de Guaravera destinou 80 hectares para a produção de milho e 180 hectares para o trigo. “Plantei o milho mais cedo para reduzir os riscos com possíveis geadas”, observa Nazima. A única reclamação do agricultor é em relação à queda nos preços da commodity. “O valor estava bom, mas está caindo. Por isso não deve sobrar muito no final da safra”, lamenta o produtor.

A especialista do Deral explica que, com a confirmação do bom andamento de safra, a tendência é de queda nos preços. “Lembrando que de janeiro a abril deste ano tivemos um incremento de 20% nos preços do milho”, salienta a pesquisadora. O valor pago ao produtor paranaense em abril fechou a R$ 23,04 a saca, valor considerado, segundo Juliana, positivo. Em janeiro, o valor da saca era cotado a R$ 19,47.

Entre os dias 12 e 15 de maio, o preço da saca caiu para R$ 21,66. “Esse valor passa a não ser tão mais interessante para o produtor, mais ainda sim é bom”, avalia a pesquisadora do Deral que garante que o valor ainda cobre os custos de produção. Até o momento, 4% da safra paranaense foi comercializada, contra 8% se comparado ao mesmo período do ano passado.

Segundo Juliana, os produtores ficaram sem muita opção de contrato nesta segunda safra. Outro fator, explica ela, se deve ao fato dos produtores estarem mais capitalizados, resultado das três últimas safras de verão que foram muito boas. Ou seja, não possui a necessidade de comercialização imediata. “O produtor está segurando a venda do grão para mais tarde”, completa.

Fonte: Folha de Londrina

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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