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China recorre a muda forçada para garantir produção de carne de frango

O problema – que deve se estender a 2017 – é resultado, ainda, do surto de Influenza Aviária que começou a afetar a avicultura norte-americana em dezembro de 2014

Campinas, 10 de Agosto de 2016 – De acordo com analistas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a avicultura de corte chinesa vem recorrendo à muda forçada em suas matrizes para garantir a produção de carne de frango. Mesmo assim, o volume do corrente exercício tende a ficar pelo menos 5% abaixo do registrado em 2015.

O problema – que deve se estender a 2017 – é resultado, ainda, do surto de Influenza Aviária que começou a afetar a avicultura norte-americana em dezembro de 2014. Por precaução e quase imediatamente (janeiro de 2015), o governo chinês embargou todos os produtos avícolas dos EUA, país que responde por cerca de 90% das reprodutoras utilizadas pela avicultura chinesa.

A propósito, o USDA cita dados dos órgãos alfandegários de Pequim: em 2014, a China gastou, na importação de reprodutores, perto de US$40 milhões, valor que, após o embargo, recuou para US$22 milhões em 2015. E como o embargo persiste (abrangendo também a França, que complementava as importações chinesas), a previsão é a de que em 2016 os gastos do gênero corresponderão à metade do valor despendido dois anos atrás.

Sob tais circunstâncias, só resta tentar submeter as reprodutoras em produção a um segundo ciclo produtivo. Daí recorrer-se à muda forçada – o que, além de afetar a produção imediata, não soluciona integralmente as necessidades de produção futuras.

O resultado previsto é uma queda de 5% no volume produzido em 2016, com agravamento ainda maior em 2017, para quando é prevista nova redução (de quase 10% em relação a 2016; de pouco mais de 14% sobre 2015) no volume produzido.

Para compensar essas perdas, a China deve aumentar as importações de carne de frango. São previstas para o corrente exercício cerca de 350 mil toneladas (foram 268 mil/t em 2015), volume que pode se aproximar das 500 mil toneladas em 2017.

Em suas projeções, o USDA não inclui os dados relativos a pernas/pés de frango. Mas se as suas projeções estiverem corretas, a oferta interna de carne de frango chinesa no ano que vem retrocederá ao menor volume dos últimos 10 anos. Ou seja: ficará acima, apenas, do que foi ofertado internamente em 2007 – cerca de 11,415 milhões de toneladas.

Em tempo: nos sete primeiros meses de 2016 a China importou do Brasil mais de 300 mil toneladas de carne de frango, aí inclusos pernas/pés. Ou mais de 450 mil toneladas, se consideradas também as vendas via Hong Kong. Portanto, das duas uma: ou as importações chinesas de pernas/pés de frango são bastante volumosas ou as previsões do USDA em relação às importações de 2016 estão subestimadas.

Fonte: Avisite

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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