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China passará a liderar importação de milho em 2020, diz USDA

As importações de milho da China, estimadas pelo USDA em 5 milhões de toneladas na safra 2013/14, deverão aumentar para cerca de 16 milhões de toneladas até o fim da década e para 22 milhões de toneladas até 2023/24

A transformação da China no maior país importador de milho do mundo sempre foi uma questão de “quando”, e não de “se”, e a tendência foi reforçada por recentes previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Elas mostram que a China, que já lidera as importações globais de soja, vai superar o Japão nas compras de milho em 2020 – depois de tirar o terceiro posto da Coreia do Sul, em 2017, e a segunda posição do México, em 2019.

As importações de milho da China, estimadas pelo USDA em 5 milhões de toneladas na safra 2013/14, deverão aumentar para cerca de 16 milhões de toneladas até o fim da década e para 22 milhões de toneladas até 2023/24, uma vez que a demanda crescente por proteínas de origem animal amplia a demanda doméstica por rações. O órgão americano prevê que a produção chinesa de carnes suína, de frango e bovina alcançará 90 milhões de toneladas até 2023/24, 30% mais que em 2012.

“Alimentar uma grande população de animais, e em crescimento, será um desafio cada vez maior”, afirmam James Hansen e Fred Gale, os autores do relatório do USDA intitulado “A China na próxima década: A demanda crescente por carne e o aumento das importações de ração animal”.

O grande crescimento da demanda por carnes reforça a necessidade do país de garantir a importação de grãos e também explica transações recentes da estatal Cofco (China National Cereals, Oil and Foodstuffs Corp.) – entre elas um investimento de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões em uma participação numa joint venture com o Noble Group na área agrícola e a aquisição, por cerca de US$ 1,3 bilhão, do controle na trading holandesa Nidera.

Com sua crescente dependência das importações de grãos, a Cofco também está tentando fechar compras diretas de produtos de agricultores de diversas partes do mundo para reduzir sua dependência de grandes tradings multinacionais como as americanas ADM, Bunge e Cargill e a francesa Louis Dreyfus Commodities – grupo conhecido como “ABCD”.

A China deverá responder por 40% do aumento do comércio mundial de milho na próxima década, e sua participação nas importações de soja poderá aumentar dos atuais 65% para 70%. Assim, sua crescente posição de domínio como país comprador, com forte presença no comércio de grãos, vai aumentar sua influência no setor de agronegócios no mundo.

Segundo o USDA, os produtores americanos de milho deverão ser os principais beneficiados pelo apetite da China por importações, mas outros exportadores, como a Ucrânia, Argentina e Brasil, também terão papéis importantes.

A crescente demanda da China por milho deverá dar suporte aos preços no futuro. A safra americana recorde de 2013/14 deprimiu o mercado e alguns analistas preveem que as cotações permanecerão estagnadas até a safra 2015/16, para só depois iniciar uma eventual recuperação. “A demanda mais vigorosa da China poderá conter o declínio e dar suporte a uma recuperação antecipada dos preços do milho americano”, afirma o USDA.

Além de milho e soja, os animais também costumam consumir uma variedade de outros grãos, rações proteicas e cascas de grãos, e esses produtos também deverão amparar o crescimento da produção chinesa de carnes.

Fonte: Valor Econômico – 24/04/2014

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