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Carne bovina brasileira mais perto dos EUA

Mapa e USDA anunciaram que chegaram a um entendimento para acelerar a liberação do comércio de carne bovina in natura entre os dois países

Boi

O Ministério da Agricultura do Brasil e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciaram ontem, em declaração conjunta, que chegaram a um entendimento para acelerar a liberação do comércio de carne bovina in natura entre os dois países, como antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

“O USDA e o Ministério da Agricultura concordaram recentemente numa ação conjunta para alterar as regras que atualmente limitam o comércio bilateral de carne”, afirma a nota conjunta.

A abertura do mercado, porém, deve levar algum tempo. “Uma série de etapas ainda precisa ser cumprida, mas a declaração serve para mostrar que será dado um prosseguimento célere a essas etapas”, ressalvou uma fonte do governo brasileiro.

Mas o acordo não deve ficar apenas no campo da retórica. Uma fonte da indústria disse ao Valor que o entendimento entre Brasil e EUA prevê que os americanos abram uma consulta pública com duração de 90 dias sobre a abertura do mercado de carne bovina in natura dos EUA para 14 Estados do país – Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A expectativa do setor de carne bovina é que os americanos iniciem a consulta pública até o mês de janeiro.

Apesar de ser o quarto maior exportador global de carne bovina, os EUA também são grandes importadores. Em 2012, o país foi o segundo maior importador do produto com compras de 1 milhão de toneladas, segundo dados compilados e apresentados pela Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) no relatório “Pecuária do Brasil – Perfil”.

Caso o mercado americano seja mesmo aberto após o fim da consulta pública, o Brasil ajudará a abastecer a demanda por carne bovina utilizada na produção de hambúrguer. Para os frigoríficos do Brasil, os EUA representarão maior espaço para escoar a parte dianteira do boi. Tradicionalmente, há maior demanda para os cortes de traseiro bovino.

Num segundo momento, a decisão pode ter efeito para além dos EUA, acelerando as negociações para a abertura de mercados que seguem as regras americanas, como México, Canadá e Jamaica.

O acordo entre Brasil e EUA já estava no radar dos exportadores brasileiros de carne bovina para 2014. “Temos indicativos de que esse assunto pode caminhar”, disse, em recente entrevista ao Valor, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli.

Além do otimismo com a evolução das negociações com os EUA, a entidade também tem boas perspectivas para a abertura dos mercados de Myanmar, Tailândia e Camboja em 2014. Esses mercados devem ajudar o Brasil a bater o recorde nas exportações de carne bovina, atingindo US$ 8 bilhões no próximo ano, conforme estimativa da Abiec.

No acumulado deste ano até novembro, os frigoríficos brasileiros embarcaram 1,362 milhão de toneladas de carne bovina, alta de 18,9% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em receita, os embarques já atingiram o recorde de R$ 6,037 bilhões, crescimento de 12,9% sobre igual período de 2012. A expectativa da Abiec é que, com as exportações de carne bovina de dezembro, a receita com os embarques chegue a R$ 6,5 bilhões em 2013.

Fonte: Valor Econômico – 19/12/2013

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