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BRF, JBS e Aurora negociam compra de milho dos EUA

Segundo a agência Bloomberg, as tres empresas negociaram em conjunto a compra de 60 mil toneladas de milho dos EUA

Encerrado o prazo de 30 dias para contestação da decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que autorizou as importações de milho transgênico dos EUA, as três maiores indústrias de frangos e suínos do país – BRF, JBS e Aurora – negociam a primeira compra do cereal americano. Conforme uma fonte ouvida pelo Valor, as três companhias devem compartilhar os custos de frete para importar o cereal.

Segundo a agência Bloomberg, BRF, JBS e Aurora negociaram em conjunto a compra de 60 mil toneladas de milho dos EUA, o que seria a maior compra de milho americano feita por importadores do Brasil desde 1998. Segundo fonte ouvida pela agência, essa compra chegaria ao Brasil até dezembro e seria dividida igualmente entre as três indústrias.

No entanto, outra fonte próxima à indústria disse ao Valor que, apesar das tratativas, o acordo para a importação de milho dos EUA ainda não foi fechado. “O que tinha sido aventado e está sendo discutido é dividir o transporte”, afirmou a mesma fonte, acrescentando que o compartilhamento de frete é uma prática comum no mercado. Em 2016, por exemplo, JBS, BRF e Aurora já compartilharam o frete de três compras de milho da Argentina.

De todo modo, JBS, BRF e Aurora precisam fechar o quanto antes a importação de milho dos EUA se quiserem aproveitar a isenção da cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) para a compra de até 1 milhão de toneladas de países de fora do Mercosul. A isenção, prorrogada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) em outubro, vence em dezembro.

Procurada, a JBS informou que avalia permanentemente “oportunidades econômicas que possam resultar na redução de custos e melhoria da competitividade, o que inclui a importação de insumos para melhorar a competitividade dos seus produtos”. A BRF não comentou. Também procurada, a Aurora não quis se manifestar.

Para as indústrias produtoras das carne de frango e de suínos, importar o milho americano é mais uma forma de exercer uma pressão sobre as cotações do grão no mercado no Brasil, que dispararam neste ano devido à quebra de safra. Nesse contexto, as indústrias já vinham ampliando as importações de milho do Mercosul.

De acordo com estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil deve importar 2 milhões de toneladas de milho em 2016. No ano passado, foram menos de 500 mil toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Secex/Mdic)

Fonte: Valor Econômico

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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