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Boa oferta americana pressiona soja e milho

A confirmação de os EUA de fato colherão novos volumes recorde de soja e milho nesta safra 2016/17 voltou a tirar sustentação das cotações de ambos no mercado internacional em agosto

A confirmação de que os EUA de fato colherão novos volumes recorde de soja e milho nesta safra 2016/17, que está em desenvolvimento, voltou a tirar sustentação das cotações de ambos no mercado internacional em agosto. As duas commodities lideram a produção de grãos no Brasil e têm participações expressivas nas exportações do país.

Cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega negociados na bolsa de Chicago mostram que, em relação às médias de julho, a queda da soja foi de 6,1% e a do milho ficou em 4,47%. Na comparação com as médias de agosto de 2015, a soja ainda aparece com alta de 7,56%, mas a baixa do milho chega a 12,11%.

No que depender dos movimentos mais recentes dos fundos de investimentos que atuam nesses mercados, influenciados pelos fundamentos de oferta e demanda e também por questões estritamente ligadas aos mercados financeiros globais, a tendência descendente da soja poderá ser interrompida neste mês de setembro, mas a pressão sobre o milho ainda é grande. No caso da soja, apontou a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), os gestores de recursos (“managed money”) encerram a semana-móvel terminada em 23 de agosto com uma posição líquida de contratos comprados 25% maior que na semana anterior – ou seja, aumentou a aposta na alta de preços.

Esse movimento refletiu, sobretudo, a perspectiva de aumento da demanda por soja americana neste e nos próximos meses, depois de um primeiro semestre aquém das expectativas graças à melhora da competitividade do Brasil – decorrente de uma valorização do dólar em relação ao real que, em parte, já foi revertida nos últimos meses. Já no mercado de milho o fator que prevalece na formação das cotações ainda é a vultosa safra americana. Nesse contexto, os gestores de recursos até reduziram um pouco as apostas na baixa das cotações do cereal na semana até o dia 23, mas o saldo líquido de seus movimentos continuou negativo.

Na bolsa de Nova York, o destaque de agosto foi a alta da média mensal dos futuros de segunda posição de entrega do açúcar, de 2,74% na comparação com agosto. E, em consequência de adversidades climáticas no Brasil, a escalada poderá ter prosseguimento. Daí os gestores de recursos terem encerrado a semana até o dia 23 de agosto com um saldo líquido comprado 5% maior que o da semana anterior, segundo a CFTC.

As demais “soft commodities” referenciadas em Nova York e com peso expressivo para a balança comercial brasileira (café, cacau, suco de laranja e algodão) registraram baixas em suas cotações médias no mês passado. Mas, como no caso da queda do trigo na bolsa de Chicago, as variações foram menos expressivas.

No que depender das apostas dos fundos de investimentos, o campo está aberto para a recuperação das cotações do café e do cacau. Para algodão e suco os saldos líquidos dos gestores de recursos ainda foram comprados na semana até o dia 23 de agosto, conforme a CFTC, mas menores que na semana anterior.

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