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Barreira contra a ferrugem asiática

Período do vazio sanitário começou no Paraná. Produtores de soja não podem manter durante 90 dias plantas vivas em suas lavouras

O vazio sanitário no Paraná começou em 15 de junho. Durante 90 dias (até 15 de setembro), os produtores de soja do Estado não podem manter plantas vivas da cultura em suas lavouras. O manejo ajuda a evitar a incidência de ferrugem asiática – doença que ataca a planta e traz prejuízos aos agricultores – durante a entressafra. A medida é obrigatória em mais dez estados, além do Paraná, e no Distrito Federal. O período do vazio foi estabelecido levando em conta que os esporos causadores da ferrugem sobrevivem 55 dias no ar.

A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, presente em todas as regiões produtoras do país. A ferrugem asiática gera a desfolha precoce da planta, prejudicando a formação e enchimento dos grãos, o que impacta na produtividade. De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, coordenado pela Embrapa, a ferrugem asiática gera perdas superiores a R$ 6 bilhões por safra no Brasil. A prática do vazio sanitário contribui para reduzir o número de aplicações de fungicidas para o controle da doença. Na safra 2015/16, foram registrados 121 casos de ferrugem no Paraná.

O plantio da soja é permitido de 16 de setembro até 31 de dezembro. A colheita do grão vai até 15 de maio. Na safra atual, a área de plantio de soja atingiu 5,26 milhões de hectares, 0,4% menor em relação à temporada passada. O Paraná é o segundo maior produtor do país, com produção de 16,7 milhões de toneladas de grãos.

Campanha

Para difundir o vazio sanitário, panfletos com orientações sobre cuidados e prazos estão sendo distribuídos em rodovias, transportadoras e nas barreiras interestaduais.

Caso o produtor não cumpra o vazio sanitário poderá receber advertência, multa, proibição de comércio e até mesmo interdição da propriedade e proibição de acesso ao crédito rural. A multa pode variar de R$ 8.565 a R$ 15.413. O Vazio Sanitário é restrito à cultura da soja. Em 2006, a medida foi instituída em Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Em 2007, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a Instrução Normativa n.º 2, instituindo o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS). O programa estabeleceu que os estados deveriam manter um calendário de semeadura de soja, com um período de, pelo menos, 60 dias sem a presença de plantas cultivadas ou voluntárias.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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