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Bahia candidata-se a fronteira agrícola de cooperativa do PR

Diretores de uma das maiores cooperativas do Brasil, a paranaense Agrária, encontram-se na Bahia, nesta semana, para decidir potenciais investimentos. O anfitrião da comitiva, secretário baiano Eduardo Salles, afirma que o estado procura "agroindustrializar-se", tendo em vista modelos já avançados – a exemplo do setor no Paraná e em Minas Gerais.

Algo que remete à migração dos gaúchos ao centro-oeste brasileiro nos anos 70, a Agrária tem um projeto, o Novas Fronteiras, que busca a abertura de negócios e regionalidades para a próxima geração de cooperados. "A cooperativa traz uma condição importante para a agroindustrialização", afirmou Salles ao DCI.

O diretor-financeiro da organização paranaense, Arnaldo Stock, pôde conhecer, de segunda a quarta-feira, uma usina sucroalcooleira em Juazeiro, o projeto de hortifruticultura Salitre, a região produtiva do Irecê e a sede baiana da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Cruz das Almas (BA).

Canaviais, hortas e suas indústrias são o foco de interesse da Agrária, de acordo com Salles. "Estão bastante impressionados com o potencial da região. O DNA deles são os grãos, mas vieram ver a hortifruticultura e o setor sucroalcooleiro", relatou.

Salles falou à reportagem por telefone, durante a visita do grupo à Agroindústria Vale do São Francisco (Agrovale), um complexo de processamento de açúcar e etanol na cidade de Juazeiro. Os representantes da Agrária, por outro lado, não foram localizados.

A cooperativa apresenta, de fato, as condições de um empreendimento agrícola industrializado: no ano passado, no Paraná, moeu 137,4 mil toneladas de trigo, produziu 239 mil toneladas de malte, e fabricou 455 mil toneladas de óleo de soja.

"Que a Bahia seja uma opção deles no programa [Novas Fronteiras]", torceu o secretário baiano. "Temos terras baratas, água abundante e clima bom." O governo estadual oferece isenção de impostos para investimentos na área industrial e lotes de propriedade com descontos públicos.

Cooperativismo

Salles destacou que, além do potencial "agroindustrializador", a Agrária (e os agricultores paranaenses, de modo geral) seguem a cultura do cooperativismo e do associativismo, o que pode ser benéfico para a Bahia – estado da agricultura familiar.

"Vejo a cooperativa não só como investidora, mas como algo que pode contaminar a Bahia, no bom sentido, com essa filosofia", observou o secretário.

Na linha de produção em grupo, no Paraná, a Agrária reúne 549 cooperados que possibilitam faturamento anual aproximado de R$ 1,2 milhão. Na safra passada, esses agricultores produziram 287,4 mil toneladas de soja, 334 mil toneladas de milho, 135,4 mil toneladas de cevada e 95 mil toneladas de trigo.

Leite mineiro

Em se tratando de pecuária, a Bahia promoveu um intercâmbio de informações, a respeito da produção de leite, com Minas Gerais. Os avanços das indústrias lácteas dos dois estados foram apresentados, um ao outro, durante o 29° Congresso Nacional de Laticínios, que aconteceu nesta semana no Instituto Cândido Tostes, em Juiz de Fora (MG).

Na oportunidade, o professor e cientista da Embrapa, Pedro Oliveira, foi convidado para ser palestrante no encontro de laticínios que será realizado em setembro, no Catussaba Hotel, em Salvador. Oliveira vai falar sobre inovações tecnológicas e científicas no que se diz respeito ao uso de radiação ultravioleta, diminuindo sistematicamente a carga microbiana em líquidos turvos. O evento irá trazer também informações sobre a concentração de proteína no soro do leite.

"O intercâmbio e a troca de experiências entre instituições que trabalham pela melhoria da cadeia leiteira no País é uma importante ferramenta para inovar o setor, agregando qualidade aos produtos e segurança aos alimentos", pontua o diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres.

Os participantes do evento encerraram a programação fazendo uma visita técnica a uma fazenda experimental da divisão Gado de Leite, da Embrapa, no município de Coronel Pacheco, onde puderam conhecer a tecnologia leiteira utilizada no local, com o objetivo de agregar novas estratégias às atividades já desenvolvidas.

Participaram do evento o coordenador de Operações Especiais da Adab, Adilson Pinheiro, o gerente técnico de Juazeiro, Fábio Cedraz, e o diretor de Pecuária da Seagri, Luiz Miranda, que apresentou um plano estadual.

DCI – São Paulo/SP – AGRONEGÓCIOS

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