Sistema FAEP

Atendimento via ATeG é ampliado em 2025

Serviço personalizado deve chegar a 150 turmas este ano, abrangendo mais de 4,5 mil propriedades rurais e nove cadeias produtivas

Uma das mais importantes ações do Sistema FAEP dos últimos anos, a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) amplia sua atuação de forma expressiva em 2025. A iniciativa, que teve sua fase-piloto iniciada em 2023, prevê o atendimento individual e personalizado das propriedades cadastradas, tanto na área técnica, colaborando para melhorar os resultados produtivos, quanto na questão gerencial, fomentando a organização das contas e o equilíbrio financeiro dos produtores rurais. Ao longo desta temporada, o serviço vai ganhar todas as regiões do Paraná, com atuação em nove cadeias produtivas.

“Com esse atendimento, o Sistema FAEP complementa os serviços já ofertados aos produtores rurais por meio do seu catálogo com mais de 250 títulos de cursos e também da representação política e institucional da classe”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Agora, vamos atacar as deficiências pontuais em cada propriedade atendida, para que os resultados da nossa agropecuária sejam cada vez melhores. Tenho certeza que a ATeG será o começo de uma nova era para a agropecuária paranaense”, complementa.

Para o produtor Antônio Marcos Muraro, de Rio Branco do Sul, município da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), essa nova fase já começou. Integrante da fase-piloto da ATeG do Sistema FAEP, ele viu rapidamente sua atividade se transformar. “Antes, eu carpia tudo, era um trabalho danado. Agora com a ATeG, fui aprendendo, vi que era possível usar herbicidas. Meu manejo mudou totalmente”, observa.

O produtor Antônio Muraro (à dir.) participou da primeira fase da ATeG

Em janeiro deste ano, o programa de ATeG entrou em uma nova fase, com a expansão para as regionais do Sistema FAEP no Paraná. O atendimento personalizado ocorre em 300 novas propriedades rurais, em sete cadeias produtivas: fruticultura, olericultura, cafeicultura, ovinocultura, apicultura, além de bovinocultura de leite e de corte. Os atendimentos individuais são feitos por técnicos de campo, especialistas nas atividades atendidas. Esses profissionais vão até as propriedades cadastradas uma vez por mês. Cada visita tem duração de quatro horas, quando são tratadas questões técnicas e gerenciais referentes à atividade produtiva. A participação de cada propriedade na ATeG tem duração de dois anos.

“A ATeG colabora com a profissionalização destes produtores em todos os aspectos, para que eles encarem suas propriedades como empresas. Sabemos que muitos produtores são excelentes na produção, mas nem sempre têm o costume de colocar as contas na ponta do lápis. Então esse atendimento será dividido nestas duas áreas: técnica e gestão”, avalia a coordenadora da ATeG do Sistema FAEP, Vanessa Reinhart.

Para proporcionar esse suporte completo, a metodologia da ATeG é dividida em cinco etapas. Tem início com o diagnóstico produtivo de cada propriedade atendida, passa pelo planejamento estratégico, levando em conta os objetivos a serem alcançados, avança para a adequação tecnológica do empreendimento rural e para a capacitação profissional complementar dos produtores (que contam com um portifólio de mais de 250 cursos do Sistema FAEP). A última etapa é a avaliação sistemática de resultados. Para isso, produtores e técnicos de campo utilizam o aplicativo de celular Conecta Produtor Senar, que compila as informações gerenciais da propriedade e disponibiliza de forma clara e organizada, na palma da mão.

“Dessa forma, o produtor consegue identificar seus pontos fortes e fracos, estabelecer estratégias para atingir suas metas e assim obter mais renda e qualidade de vida”, completa Vanessa.

Essa metodologia foi testada durante a fase-piloto do projeto, em 2023.

Novas turmas

Cianorte, na região Noroeste do Estado, é um dos municípios que passa a receber a ATeG do Sistema FAEP em 2025. Segundo o mobilizador de cursos do Sindicato Rural do município, Rodrigo Sarmento, a procura pelos novos participantes contou com grande adesão. “Fomos a campo. Fizemos um trabalho batendo de porta em porta, buscando o nosso público-alvo, que são os olericultores”, detalha, referindo-se à atividade produtiva que será acompanhada pela ATeG no seu município. De acordo com Sarmento, durante esse processo, foram sensibilizados produtores que ainda não tinham contato com a entidade sindical. “Muitos [destes produtores] nunca tinham pisado no sindicato e não conheciam os cursos do Sistema FAEP. Então aproveitamos a oportunidade para trazê-los para dentro da instituição”, diz.

Rodrigo Sarmento, em primeiro plano, mobilizou os produtores atendidos pela ATeG em Cianorte

Situação semelhante ocorreu em Faxinal, na região do Vale do Ivaí, município que também começou o ano com a mobilização de agricultores para participar da ATeG. Segundo o presidente do sindicato rural local, Alfredo Alves Miguel Júnior, muitos produtores que antes não conheciam o trabalho do sindicato passam, a partir desta nova iniciativa, a frequentar a entidade. “A maioria desses produtores atendidos é de pequeno porte, que antes não tinham interesse em participar do sindicato. Mas, com a ATeG, eles passaram a conhecer e a participar”, observa.

Tanto no caso de Cianorte como de Faxinal, as turmas foram formadas com grande adesão dos produtores atendidos. Em cada município serão atendidas 30 propriedades que atuam na olericultura. “É um projeto que vai dar certo”, aposta Alfredo, de Faxinal.

Próximas etapas

As dez novas turmas iniciadas em janeiro de 2025 são consideradas como uma segunda fase-piloto. A expansão da ATeG do Sistema FAEP acontece a partir de abril, quando serão abertas novas turmas a cada mês, até atingir a meta de 150 grupos até o fim do ano em todo Paraná (cerca de 4,5 mil propriedades). Nesta etapa, as atividades atendidas serão apicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, cafeicultura, fruticultura, grãos e cerais, olericultura, ovinocultura e piscicultura.

Para estruturar essa nova fase serão contratados 150 novos técnicos de campo, responsáveis por fazer os atendimentos personalizados nas propriedades. Além disso, os mobilizadores dos sindicatos rurais estão sendo capacitados, para que possam atuar na expansão das turmas da ATeG. No total, seis turmas serão formadas até março e vão envolver 120 sindicatos rurais do Paraná.

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Confira os números da ATeG

Dados referentes à fase-piloto, com início em maio de 2023, que contou com quatro turmas de produtores da Região Metropolitana de Curitiba (RMC):

– Mais de 1,8 mil visitas;
– 150 propriedades;
– 90 propriedades em atendimento atualmente;
– 10 municípios envolvidos.

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ATeG transforma propriedade na RMC


Quando iniciou seu negócio rural, o produtor Antônio Marcos Muraro, de 55 anos, não tinha conhecimento sobre agricultura. Sua fonte de informação eram as conversas com os vizinhos e também produtores.

Com propriedade localizada em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Muraro integra, desde 2023, a turma-piloto da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEP. “O pessoal convidou para participar e, como estou sempre em busca de mais conhecimento, aceitei na hora”, recorda o produtor, que antes de se dedicar à atividade agropecuária atuou em uma empresa de calcário por 29 anos. “Há cinco
anos, me aposentei e me fixei na propriedade. Minha primeira opção foi a mandioca, porque todo mundo plantava e produzia bem”, conta.

No início, Muraro realizava um manejo rudimentar, comum na região: “Só abria a cova, jogava a rama e tchau. Nem sabia que podia colocar adubo na mandioca”, relembra.
Na propriedade de sete hectares, sendo quase um hectare dedicado totalmente ao cultivo da raiz, Muraro viu a produção se transformar com o início dos atendimentos personalizados da ATeG. “Mudou tudo. Antes eu não conhecia as pragas, nem sabia que era possível aplicar herbicida nas plantas daninhas”, detalha.

Na última temporada, Muraro plantou feijão preto entre as linhas de mandioca, um consórcio vantajoso do ponto de vista agronômico. “E ainda colhi duas sacas de feijão”, comemora.

Segundo o técnico de campo do Sistema FAEP e responsável pelo atendimento da propriedade de Muraro, Mateus Henrique de Souza, o próximo passo é realizar a análise de solo para calibrar as adubações e efetuar as correções necessárias. “Vamos fazer essa análise entre junho e agosto desse ano para dar tempo de corrigir até o próximo plantio da mandioca, que ocorre em setembro”, detalha o profissional.

Diante disso, a expectativa é grande em relação a próxima colheita. “Meus vizinhos que plantam mandioca vão ficar surpresos com o meu resultado”, comemora Muraro.

O produtor Antônio Muraro e o técnico de campo Mateus de Souza exibem o fruto do trabalho de capacitação
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Como participar da ATeG do Sistema FAEP?


Quer receber o atendimento técnico e gerencial personalizado na sua propriedade?
Confira os pré-requisitos:

– Ser produtor(a) rural;
– Ter mais de 18 anos;
– Não receber assistência técnica regular;
– Participar de cursos do Sistema FAEP;
– Estar presente na visita do técnico de campo;
– Seguir as orientações técnicas e gerenciais;
– Fornecer os dados solicitados;
– Ter interesse por inovação;
– Estar aberto(a) a mudanças.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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