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Assembleia destitui diretoria, mas Tribunal de Justiça congela

Com apenas um voto contra, uma assembleia com 973 cooperados votou, ontem, pela destituição dos atuais conselhos Administrativo e Fiscal da Corol Cooperativa Agroindustrial de Rolândia, comandada há cerca de 30 anos por Eliseu de Paula. No seu lugar, foi instituída uma comissão provisória formada por seis produtores e encabeçada pelo cooperado João Menolli para gerir a entidade por 30 dias.

A comissão deveria assumir hoje, mas, no final da tarde de ontem, a atual diretoria conseguiu um agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça do Paraná, assinado pelo desembargador Luiz Sérgio Neiva de Lima Vieira, suspendendo por ora os efeitos da assembleia. O advogado contratado pelos associados, Anacleto Giraldeli Filho, disse que vai hoje mesmo a Curitiba levar a documentação solicitada pelo TJ. "Temos todas as provas de que a assembleia foi legal, desde o abaixo-assinado até a lavratura da ata."

A convocação da Assembleia foi resultado de um intenso trabalho de três Núcleos de Sindicatos Rurais do norte do Paraná (Nunorte, no norte; Norpi, norte pioneiro; e Nurespar, nordeste paranaense). Foram realizadas 30 reuniões para orientar os produtores rurais e promoveram a coleta de 2 mil assinaturas para a convocação da Assembléia. 

Outro lado

Esta é a primeira vez, em 50 anos da história da Corol, que uma diretoria é destituída. A assembleia foi convocada pelos próprios associados, depois que a atual administração não prestou contas em 2012 e nem renegociou dívidas de mais de R$ 15 milhões, contraídas pela cooperativa através de Notas de Crédito Rural (NCR) junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), vencidas no ano passado. Segundo Giraldeli Filho, a administração da cooperativa pediu a 600 associados que assinassem 903 NCRs, mas não pagou nenhuma e 300 foram protestados.

"Essa foi a gota d’água de uma situação que vem se arrastando há anos. A cooperativa enfrenta uma crise financeira há três ou quatro anos enquanto todas as outras estão bem e crescendo." De acordo com ele, a Corol tem uma dívida de cerca de R$ 600 milhões.

A intenção da comissão provisória é contratar uma auditoria externa e independente para analisar os documentos. "Hoje, ninguém sabe como está a situação e por quê. Uma cooperativa que nunca distribuiu lucros, que todos os associados optavam por reinvestir o dinheiro nela própria, numa região rica e fértil como é o Norte do Paraná, não é para estar nesta situação", disse João Menolli.

O único voto contrário foi o do produtor José Aparecido Bisca, que sugeriu – antes da votação – que a assembleia esperasse a convocada pela diretoria para 13 de junho, quando também ocorreria a eleição. "Quero evitar uma demora desnecessária, uma briga jurídica, porque as NCRs estão sendo protestadas e eu prefiro e preciso resolver a situação logo."

Os produtores Manfred Scherch, 54 anos, de Rancho Alegre, e Mario Luiz Biolo, 48 anos, de Cornélio Procópio, foram dois dos associados que assinaram as NCRs e hoje estão às voltas com protestos. "Eu assinei uma de R$ 12 mil e meu irmão, uma de R$ 15 mil. A minha notificação ainda não chegou, mas ele foi protestado. Tivemos que entrar na Justiça", contou Scherch. Biolo diz que ele e os três irmãos assinaram juntos NCRs no valor de R$ 100 mil.

"A gente procurou a diretoria e eles falaram que não era para nos preocuparmos, que ninguém mais ia ser protestado. No mesmo dia chegou a notificação para mim." Os dois estavam indignados com a atual gestão. "Eles esqueceram o lado humano do cooperativismo, que é o principal objetivo. Só se preocupam com as instalações", disse Biolo. A Corol tem cerca de 7 mil associados.

Fonte: com Jornal de Londrina

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