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Imagem de folha de milho em destaque com danos causados pela cigarrinha do milho

ARTIGO | Manejo de inseticidas no controle da cigarrinha-do-milho

Estudo faz parte da Rede Complexo de Enfezamento do Milho, formada por universidades estaduais, cooperativas, centros de pesquisa e instituições de governo

Orcial Ceolin Bortolotto, professor do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Nos últimos anos, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) tem ocasionado severas perdas na cultura do milho, variando entre 70% a 90% em casos mais extremos. Em campo, o critério para uso do inseticida é a presença ou a ausência do inseto, pois trata-se de um transmissor de doenças (enfezamentos e vírus). Em estudos desenvolvidos na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) na safra 2023/24, observou-se que o atraso na aplicação pode acarretar perdas em torno de 50%, evidenciando a importância do manejo no início da pressão da praga.

Desse modo, é importante a integração de produtos químicos e biológicos. Dentre os químicos, há opção de ingredientes ativos (i.a) dos grupos dos Organofosforados, Carbamatos, Neonicotinoides+Piretroides, Isoxasolinas (i.a isocicloseram) e Tiadiazinona (i.a Buprofezina, regulador de crescimento). A rotação desses mecanismos de ação é fundamental para reduzir problemas com resistência. As Isoxasolinas (mecanismo de ação novo) foram registradas na safra 2023/24 e assim podem ser integradas aos Organofosforados, Carbamatos e Neonicotinoides, reduzindo a probabilidade de resistência. Em um estudo desenvolvido na UEPG na temporada 2023/24 foi observado que os Neonicotinoides (Imidacloprido + Bifentrina), na dose 0.4 L/ha, apresentaram a maior ação residual para ninfa (fase juvenil da cigarrinha-do-milho) quando comparado aos inseticidas de choque, aqueles de ação rápida e que matam também aos inimigos naturais.

Além dos químicos, os inseticidas biológicos também têm contribuído para a redução populacional da praga. Dentre os fungos, atualmente há registro para a Beauveria bassiana e Isaria fumosorosea. De modo geral, devem ser realizadas, no mínimo, duas aplicações de biológicos. No campo, a maior eficiência tem sido observada a partir da fase V3/V4, quando a planta está maior e com mais folhas, o que permite melhor estabelecimento dos fungos no meio ambiente. Por exemplo, em um estudo da UEPG na safra 2022/23 o efeito residual, aos sete dias após a pulverização, foi duas vezes maior quando houve três aplicações sequenciais (estádios V3, V5 e V7).

Mesmo os híbridos tolerantes têm apresentado redução entre 10% a 20% na produtividade quando o manejo não é assertivo. Em razão disso, é importante integrar estratégias, como a rotação de mecanismos de ação (para reduzir problemas de resistência) e associação com biológicos (compatíveis), de modo que o problema possa ser minimizado em campo.

Esse estudo faz parte da Rede Complexo de Enfezamento do Milho (Rede CEM), formada por universidades estaduais, cooperativas, centros de pesquisa e instituições de governo, que está fomentando iniciativas de manejo e controle da praga. Sua coordenação cabe à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com apoio do Sistema FAEP/ SENAR-PR e Fundação Araucária.

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