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Apostando na produção de frango caipira

Experiência bem-sucedida em Ibaiti serve como projeto-piloto de incentivo a outros pequenos produtores

Com menos gordura, carne mais firme, de tom amarelado e sabor diferenciado, o frango caipira parece ter um mercado promissor. Prova disso é a experiência bem-sucedida da família Mello, em Ibaiti, que está servindo de modelo como projeto-piloto para a Prefeitura dar apoio a outros produtores, como alternativa de diversificar a produção dentro da agricultura familiar da região. Há oito meses, a família está vendo os negócios prosperarem e, com apoio do município, agora está se organizando para formalizar o negócio e ter um pequeno abatedouro, com previsão de cinco mil abates por mês. Atualmente, a família está abatendo de forma artesanal uma média de 500 frangos caipiras por mês.

No Sítio Meu Cantinho, com 16,3 hectares, de propriedade do agricultor Israel Assis de Mello, 68 anos, que fica na área rural do Bairro Planalto, atualmente há quatro barracões improvisados feitos de madeira para receber todo mês aproximadamente 1.000 de pintinhos da raça Pescoço Pelado Vermelho. Após os pintinhos ficarem confinados em um barracão no período de 35 a 45 dias, sendo alimentados por ração balanceada, os frangos passam para uma barracão aberto onde são alimentados com quirera de milho, folhas de vegetais e têm espaço adequado para pastar em grama. No prazo médio de 90 a 180 dias, já estão aptos para o abate (precisam ter no mínimo dois quilos), o que ainda é feito artesanalmente no local.

Com as encomendas feitas com antecedência, o mercado consumidor é certo. Eles ainda fazem a venda direta do frango caipira em cidades próximas da região e até para Curitiba o frango segue, congelado, em embalagem de isopor, transportado de ônibus. Vendido na própria propriedade, a unidade de frango caipira é comercializada a R$ 18, mas em Curitiba, o preço pode chegar a R$ 25/unidade (o custo de produção por frango até a idade de abate gira em torno de R$ 9,50).

“Existe muita demanda e o produto tem saída certa, principalmente entre as pessoas que moram na cidade, mas nasceram na área rural e sentem saudade do sabor do frango caipira”, conta o encarregado de encomendas Salvador Santos de Mello Neto, 34 anos, que atualmente mora em Wenceslau Braz e está se organizando para voltar a morar no sítio dos pais para se dedicar mais ao novo negócio da família. Hoje, além do patriarca, dedicam-se diariamente à produção de frango caipira seus dois irmãos: os agricultores Sidnei Assis de Mello, 48 anos, e João Pinto de Mello Neto, 37 anos. Até o vigilante Lucas Assis de Mello, 22 anos, filho de Sidnei, que também mora em Wenceslau Braz, comercializa frango caipira em suas horas vagas, de porta em porta, e a nova meta é vender 50 frangos por dia.

“Há três anos tinha o sonho de trabalhar com frango caipira. Tivemos três experiências que não deram certo por falta de orientação sobre o manejo e a raça adequada de frango caipira. Felizmente agora as coisas estão dando certo”, conta Salvador. “A experiência deles está chamando a atenção de vários produtores da nossa região e realmente pode ser uma boa alternativa de negócio. A maioria dos nossos produtores são de pequeno e médio portes e estamos investindo em diversos cursos de capacitação também”, adianta o diretor de agropecuária, Luiz Celso Gonçalves, da Secretaria Municipal de Agricultura. Segundo levantamento da secretaria, em Ibaiti há 1.922 propriedades com 2 a 6.9 hectares (ha); 58, de 7 a 9.9 ha; e 55, de 10 a 19.9 ha.

A família Mello também está começando investir em uma pequena quantidade de galinhas poedeiras para fornecer ovos caipiras. “Já pensamos em investir na nossa própria produção de pintinhos, mas isso exige muitos cuidados e é um processo mais caro devido às vacinas necessárias. Por enquanto, optamos por caminhar com mais calma”, conta Salvador.

Fonte: Folha de Londrina – 22/07/2015

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