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Após pico na cotação do dólar, mercado de soja perde ritmo

Com previsão de grande oferta de grãos, investidores vendem contratos na Bolsa de Chicago e cotações caem.

A queda do dólar ante o real e a baixa das cotações em Chicago frearam os negócios com soja da nova safra neste início de abril, disseram corretores. O dólar chegou a tocar R$ 3,30 em 19 de março, maior patamar em 12 anos, mas desde então vem recuando. A moeda norte-americana era negociada a R$ 3,10 nesta segunda-feira (13).

O recuo no câmbio reduz os valores obtidos da soja em reais e desestimula as vendas pelos produtores rurais. “O movimento vendedor foi bastante forte entre 15 e 30 de março. No entanto, agora… o vendedor acaba aguardando melhores pontos (oportunidades) de venda”, disse o operador Adelson Gasparin, da corretora XPF AGRO, de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.

Segundo ele, com o dólar a R$ 3,30, a soja chegou a ser negociada a R$ 75 por saca para entrega no porto de Rio Grande. Atualmente, a cotação está em R$ 68,30 por saca. As cotações da soja na bolsa de Chicago (CBOT) também não estimulam as vendas. As cotações caíram cerca de 8% desde o início de março até o fechamento de sexta-feira (10).

“O mercado, claro, deu uma parada, uma reduzida nos negócios, porque os preços em reais caíram”, disse o diretor de Inteligência de Mercado da Cerealpar, de Curitiba, Steve Cachia. Segundo ele, a soja é negociada no norte do Paraná atualmente a R$ 61 por saca, contra R$ 66 em meados de março.

“O vendedor não está muito interessado. Está só na expectativa de melhores preços. Aqui em Rondonópolis, só se vende pontualmente. Só vende quem precisa fazer caixa”, afirmou o analista Jerson Carvalho Pinto, da corretora Diversa, na cidade que é o principal polo logístico de grãos de Mato Grosso.

Conforme a consultoria Safras e Mercados, até o dia 02 de abril 50% da safra nacional havia sido comercializada. No mesmo período do ano passado o índice era de 62%, e a média histórica, 64%. Ao mesmo tempo, a colheita de soja no Brasil já atinge 87% da área plantada, segundo levantamento divulgado pela consultoria França Jr.

 

Fonte: Gazeta do Povo – 14/04/2015

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