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Após curso do SENAR-PR, produtor passa a fazer manutenção do maquinário da família

Ao fazer regulagens na colheitadeira, Edson Brufatti passou a economizar de R$ 4 mil a R$ 10 mil, que gastava a cada assistência técnica do mecânico

Em toda safra, a colheitadeira da família Brufatti precisa de manutenção e de um ou outro reparo. Algo normal para esse tipo de implemento agrícola. O problema é que a cada visita do mecânico, os produtores rurais gastavam de R$ 4 mil a R$ 10 mil. Em janeiro deste ano, no entanto, Edson Paulo Brufatti, de 40 anos, fez o curso de manutenção em colheitadeiras, oferecido pelo SENAR-PR, em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná – onde a família mantém uma propriedade com 70 hectares de soja. Desde então, o próprio Brufatti tem feito as regulagens na máquina. Além de eliminar os gastos com mecânicos, a família ganhou em autonomia.

O curso teve duas partes (teórica e prática). O módulo de conhecimentos práticos, aliás, foi realizado na propriedade dos Brufatti. O instrutor do SENAR-PR e os alunos se debruçaram sobre a colheitadeira da família, da marca John Deere. Em razão das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, os alunos se revezaram em turnos, de modo que só tivesse dois participantes por período. Entre os saberes aprendidos no curso, está a regulagem de diversos componentes da colheitadeira, como a do côncavo e do sem-fim da plataforma.

“Logo depois do curso, eu já comecei a fazer as regulagens que o instrutor tinha ensinado. Já sei fazer toda essa parte básica. Já fui com a colheitadeira para a lavoura e ela teve um bom desempenho”, diz Brufatti. “Anteriormente, tinha que chamar mecânico. E eles nem explicam direito o que estão fazendo, o que precisa ser feito, porque querem que tu fiques dependente. Agora, faço eu mesmo. Estou livre”, acrescenta.

Segundo o Sindicato Rural de Francisco Beltrão, os nove alunos que concluíram o curso deram retorno positivo e já manifestaram interesse em aprofundar conhecimento em outras capacitações oferecidas pelo SENAR-PR. “O instrutor mostrou tudo o que precisava ser feito e mais um pouco. Ele fez um trabalho muito bom, como se fosse de pai para filho. Não deixou uma dúvida”, diz o presidente do sindicato, Leoclínio Brufatti (pai de Edson).

O curso de manutenção em colheitadeiras faz parte de uma seção do catálogo de capacitações do SENAR-PR vinculados à prestação de serviços. São títulos que não estão diretamente relacionados à atividade fim do produtor rural, mas que visa sua autonomia em todas as etapas do processo produtivo. Ou seja, o SENAR-PR se volta não só a técnicas e conhecimentos aplicados à produção rural em si, em suas diversas cadeias produtivas, mas a também atividades indiretas, que fazem parte do dia a dia nas propriedades rurais.

“O SENAR-PR procura oferecer soluções para todas as fases da produção, desde o diagnóstico e planejamento até o manejo e, em alguns casos, a comercialização. Estamos com o produtor antes, durante e depois da produção”, define o gerente do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR, Arthur Piazza Bergamini. “São inúmeros títulos, como de eletricista e na área de mecanização, que ajudam o produtor a ter essa autonomia. Essa autonomia se dá em dois casos: quando o produtor se torna apto a fazer esses serviços na propriedade; ou quando ele adquire conhecimentos para avaliar um serviço que é prestado”, completa.

Edson Brufatti já concluiu cerca de 15 cursos do SENAR-PR. Entre eles, muitas capacitações relacionadas a sua atividade agrícola – como de silagem e classificação de grãos –, mas também títulos de áreas transversais, como de manutenção em tratores. “São conhecimentos que são aplicados diretamente na propriedade rural. São coisas que o produtor precisa saber fazer”, ressalta.

O presidente do Sindicato Rural de Francisco Beltrão destaca que os cursos do SENAR-PR estão em alta no município. Na avaliação dele, as capacitações nas mais diversas áreas têm relação direta com o desenvolvimento do setor agropecuário na região Sudoeste.

“O SENAR-PR abre as portas para o agricultor se especializar, seja em que cadeia for. Antigamente, as pessoas achavam que sabiam plantar soja. Se fazia de qualquer jeito, sem correção de solo, com rendimento pequeno. Não se utilizava conhecimento. Hoje, não. Hoje, se o produtor não trabalha profissionalmente, a falência é decretada. O SENAR-PR tem um papel enorme na profissionalização da agropecuária do Paraná”, sentencia Leoclínio.

Felippe Aníbal

Jornalista profissional desde 2005, atuando com maior ênfase em reportagem para as mais diversas mídias. Desde 2018, integra a equipe de comunicação do Sistema FAEP, onde contribui com a produção do Boletim Informativo, peças de rádio, vídeo e o produtos para redes sociais, entre outros.

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