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Agrinho: projeto aborda sustentabilidade por meio de horta e compostagem

Iniciativa influenciou na transformação de hábitos alimentares dos alunos, além de promover a importância do produtor rural na comunidade

Por definição do dicionário, ser sustentável é a qualidade ou propriedade necessária para a conservação da vida. Em sua essência, o conceito se define por ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras. Esse foi o ponto de partida para a professora Mariana Emília Salesse Salgado, do distrito de Santa Elisa, no município de Umuarama, no Noroeste do Paraná, desenvolver um projeto do Programa Agrinho.

O trabalho surgiu por iniciativa dos alunos do 4º ano da Escola Municipal Carlos Gomes. “Certo dia, uma aluna chegou na sala contando que assistiu uma reportagem sobre sustentabilidade. Outro aluno perguntou ‘o que era’, e começou o debate. Procuramos conceitos, fui pedindo exemplos do que era sustentabilidade e passamos a refletir sobre as práticas na nossa escola”, explica a professora.

Diante disso, a turma descobriu que não havia um descarte adequado para os restos de alimentos da merenda escolar. Fundamentada pela curiosidade das crianças, surgiu a ideia de transformar os resíduos orgânicos em adubo e, posteriormente, utilizá-los em uma horta. “Visitamos produtores da região e recebemos ajuda de um engenheiro agrônomo, que orientou sobre a produção de compostagem e a criar uma horta orgânica da forma correta”, conta Mariana.

Segundo a professora, a proposta, desde o início do projeto, é a manutenção de uma horta em pequenos espaços e, com isso, ajudar os alunos a entenderem o vínculo do meio rural com a cidade, principalmente na produção de alimentos. Mas, no decorrer do trabalho, os resultados foram além. “As crianças começaram a entender a importância da valorização do produtor rural, percebendo as dificuldades que tínhamos para cuidar da horta em dias de muito frio ou com relação às plantas daninhas que apareciam”, destaca.

Expectativas superadas

Os impactos também apareceram nos hábitos alimentares das crianças, e não apenas as envolvidas no projeto. Algumas das verduras colhidas, como a rúcula, dificilmente faziam parte da merenda escolar. Com a horta, esse e outros alimentos estão mais presentes na refeição dos alunos. Ainda, houve relatos de pais cujos filhos passaram a se alimentar melhor em casa, comendo mais verduras e legumes.

Além disso, o desperdício de alimentos na escola também diminuiu. “Com a compostagem, os alunos viram o tanto de comida que desperdiçavam. No início do projeto, em até dois dias juntávamos o necessário para compostagem. Agora precisamos de mais tempo, o que comprova a redução no desperdício”, afirma a professora Mariana.

De acordo com a diretora da instituição de ensino, Josieli Cristina Brizzi, a iniciativa da professora envolveu toda a comunidade escolar, incluindo as famílias dos alunos. “Todo mundo deu apoio para cuidar da horta, principalmente quando a professora não estava e no período de férias. Os pais dos alunos também se envolveram. Inclusive, vários que não são produtores agora também têm horta em casa”, enfatiza a diretora, que revela a intenção de ampliar a horta escolar e envolver alunos de outras turmas.

Iniciativas como a da professora Mariana fazem a diferença no aprendizado dos alunos do município, segundo a coordenadora educacional da Secretaria de Educação, Dalva Teodoro de Azevedo da Silveira. “É muito relevante aliar a prática ao conteúdo. Uma criança que passa por esse processo jamais esquecerá o conhecimento. Os alunos ficam totalmente motivados e interagem com aquilo que estão aprendendo. Tem aquele brilho no olhar por estarem participando de algo concreto”, enfatiza.

A coordenadora educacional também destaca a motivação que atinge outros professores, que, ao perceberem os resultados positivos deste trabalho, passam a se envolver. “Acompanho essa parceria com o SENAR-PR há muitos anos e, ano após ano, o entusiasmo dos professores é diferente. O Agrinho tem sido muito favorável aos nossos avanços na educação”, conclui.

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Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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