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Agricultor troca trigo por milho no norte do PR e defende seguro

Os que permanecem no trigo pedem ao governo a manutenção do modelo de subvenção ao prêmio do seguro rural

Produtores do norte do Paraná relataram à Equipe 2 do Rally da Safra terem optado pelo milho na segunda safra em detrimento do trigo na safra 2018/19. Além da perspectiva de preço considerada pouco atrativa, agricultores citaram a ocorrência da doença brusone na região como motivos para a mudança. Os que permanecem no trigo pedem ao governo a manutenção do modelo de subvenção ao prêmio do seguro rural, sem o qual consideram que será impossível plantar.

O produtor Romeu Egoroff, que plantou trigo até quatro anos atrás em Iguaraçu, comentou que desistiu da cultura por causa da disseminação da brusone, que ele atribui à maior utilização de braquiária como cobertura na região. “Trigo não vou fazer mais. Na última vez que plantei, estava muito bonito, mas deu brusone e não sobrou nada”, disse. “Além disso, o mercado ficou ruim e não tem opção de entrega aqui além de cooperativa.” Neste ano, ele vai plantar a mesma área de milho safrinha que plantou de soja, 448 hectares. Como deve colher só daqui a um mês, a expectativa é que parte da lavoura fique fora do calendário ideal. “Se eu plantar milho em fevereiro é um rendimento, se plantar em março é outro.” Ainda assim, a expectativa é obter um desempenho melhor do que no ano passado, quando o clima seco reduziu bruscamente o rendimento do cereal, para 50 a 54 sacas por hectare.

Já o produtor Rodrigo Salvadori indicou que pretende reduzir a área plantada de trigo em Luiziânia, de 784 hectares para 500 hectares. Enquanto isso, vai plantar milho de inverno pela primeira vez na propriedade, em 228 hectares. O agricultor também tem 222 hectares de milho verão semeados, ante 246 hectares no ano passado. A ideia é utilizar o milho produzido em Luiziânia como ração para finalizar o gado criado em outra propriedade. Quanto ao trigo, ele ainda tem grãos da safra passada para comercializar e a ideia é segurá-los por mais alguns meses, com a expectativa de preços mais altos em junho. Segundo ele, sem a manutenção do modelo de subvenção do seguro, a produção de trigo pode ser cada vez mais deixada de lado na região. “Se acabar esse modelo de seguro de subvenção que tem hoje, vai diminuir muito o plantio de trigo na região, porque trigo, quando se perde, perde tudo.” Ele lembra que, mesmo com a subvenção, o prêmio do seguro chega a 10% para o cereal.

O produtor Nelson Ribas é um dos que apostam no milho safrinha neste ano. Vai plantar 97 hectares de milho de inverno em Mandaguaçu, repetindo a área do ano passado. No restante da área, vai plantar aveia e braquiária. Ele já adquiriu os insumos para a metade da área e vai adquirir o restante a partir de agora. Se o clima colaborar, a expectativa é de um desempenho melhor do que no ano passado. “Em abril, maio, junho e julho do ano passado teve pouca chuva, isso detonou o milho safrinha e a aveia”, disse. “Plantamos tarde e tivemos quatro meses de sol. Colhi 27 sacas por hectare e isso não é referência. Foi o pior ano de safrinha.”

Fonte: Revista Globo Rural.

Antonio Senkovski

Repórter e produtor de conteúdo multimídia. Desde 2016, atua como setorista do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial) em veículos de comunicação. Atualmente, faz parte a equipe de Comunicação Social do Sistema FAEP. Entre as principais funções desempenhadas estão a elaboração de reportagens para a revista Boletim Informativo; a apresentação de programas de rádio, podcasts, vídeos e lives; a criação de campanhas institucionais multimídia; e assessoria de imprensa.

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