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TRIGO: No horizonte, a esperança é dourada

No horizonte das lavouras douradas do trigo, alguns sinais são positivos. No Paraná, a colheita começa a todo vapor, o clima tem colaborado e a expectativa de produção é boa. A comercialização, no entanto, ainda se destaca como o maior problema dos produtores no momento. Mesmo o aceno de valorização do cereal no mercado internacional, resultado de seca e consequente quebra da safra europeia, não representou alívio aos negócios no campo.

Reflexos – ”Somos importadores e não exportadores. O que aconteceu no mercado internacional não reflete diretamente – e positivamente – no segmento do trigo brasileiro. Isso é mais especulação”, lamenta Gilda Bozza, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), ressaltando que os produtores do setor têm enfrentado um ano turbulento. Uma das dificuldades é a redução do preço mínimo do grão em 10%, estabelecido pelo governo federal no meio da safra, pegando todo mundo de surpresa.

Mercado internacional – Com a quebra da produção da Rússia, um dos principais países exportadores de trigo, e a suspensão das exportações daquele país, o preço do grão no mercado internacional tem sofrido fortes valorizações nas últimas semanas. Em julho, na bolsa de Chicago, uma das principais referências para o comércio do cereal mundo afora, a alta acumulada foi de 49%. Em agosto, o volume acumulado caiu perto de 10%, mas a valorização ainda resiste.

Paraná – Reflexo ou não, o preço pago ao produtor no Paraná, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) subiu perto de 10% de julho até agora. A média no mês passado foi de R$ 22,23 a saca e no meio dessa semana estava em R$ 23,80. ”Todo o cenário aponta para alta nas próximas semanas. Mas somente no final deste mês teremos melhor a dimensão dos prejuízos na Europa e se isso vai refletir por aqui”, pondera Margorete Demarchi, engenheira agrônoma do Deral. Ela reforça, contudo, que o movimento de aumento das cotações do trigo fora do País cria uma situação de otimismo entre o setor paranaense.

Impulso – Nelson Costa, superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), não vê com muito entusiasmo essa movimentação no mercado internacional do trigo. Ainda assim, espera que esse novo cenário possa impulsionar os preços pagos ao produtor do cereal no Paraná, ultrapassando os 10% registrados pelo Deral. O problema, acrescenta ele, é que o setor está bastante preocupado com a redução dos 10% do preço mínimo do grão e com o estoque do cereal nos armazéns das cooperativas paranaenses, que soma um volume de 400 mil toneladas.

Qualidade – ”E agora começa a entrar o trigo da safra atual, que está com boas previsões e expectativa de colheita de um grão de excelente qualidade”, observa Costa. Somado a isso, o representante da Ocepar revela que ainda há pendências de recebimento do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) da safra anterior, pagamentos que o governo federal ainda não conseguiu liquidar.

Ganhos efetivos – Tanto Costa quanto Gilda, acreditam que se essa alta do trigo fora do Brasil se consolidar, se o preço do produto de países exportadores como a Argentina – de onde o Brasil importa boa parte do trigo que consome – também aumentar e se a indústria brasileira optar pelo trigo nacional, o produtor paranaense pode ter, sim, ganhos efetivos. ”Esperamos este ano maior sucesso na comercialização”, conclui Costa.

Fonte: Folha Rural /Folha de Londrina

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