Sistema FAEP/SENAR-PR

Sobra crédito para construção de armazéns

Incluído no Plano Safra 2013/14 com R$ 5 bilhões, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), só gerou desembolsos efetivos de R$ 71 milhões, em 40 operações, entre 1º de julho e 21 de novembro, segundo o Banco Central.

armazenagem 2Os desembolsos da principal linha de crédito para armazenagem lançada pelo governo federal ainda estão longe de ajudar a evitar os gargalos logísticos que, com frequência, têm prejudicado o escoamento da produção agrícola brasileira. Incluído no Plano Safra 2013/14 com R$ 5 bilhões, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), só gerou desembolsos efetivos de R$ 71 milhões, em 40 operações, entre 1º de julho e 21 de novembro, segundo o Banco Central.

O programa, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é uma das maiores esperanças do governo Dilma para aumentar a competitividade da agricultura brasileira. Prevê R$ 5 bilhões por safra até o ciclo 2017/18, mas enfrenta obstáculos. Segundo especialistas, eles vão desde a falta de cultura de armazenagem, passam pela resistência dos produtores em investir nessa frente e, nesse contexto, chegam a uma cultura cooperativista pouco desenvolvida entre os médios e grandes produtores da região Centro-Oeste.

Apesar de o PCA ser operado somente pelo BNDES, outros bancos emprestam recursos para armazenagem com as mesmas condições do PCA – juros de 3,5% ao ano e dez anos para pagamento -, mas em linhas e programas com outros nomes. Nesse caso, o valor sobe para R$ 166 milhões no período. No total, incluindo linhas e programas oferecidos com outras condições de pagamento, foram emprestados R$ 1,5 bilhão para projetos de armazenagem na safra 2013/14.

Nesse contexto, uma das maiores decepções até agora é mesmo a baixa demanda no Centro-Oeste. De acordo com dados da Lei de Acesso à Informação, o Banco do Brasil, principal operador de crédito para o agronegócio do país, recebeu até 14 de novembro apenas 47 propostas para o PCA na região, em um total de R$ 149 milhões. Desse montante, somente 26,3%, ou R$ 39 milhões, foram aprovadas e liberadas. O restante dos projetos está em análise. O Centro-Oeste é responsável por quase metade do volume de grãos produzido em todo o país.

Segundo dados do BB, o banco conta com R$ 538 milhões em “negócios internalizados” (aprovados, mas ainda não efetivados) nessa frente até 14 de novembro. Desse valor, mais da metade foi destacada para a região Sul, conhecida por sua forte cultura cooperativista. O Paraná, segundo o BB, recebeu pedidos de financiamento que totalizam R$ 204 milhões. Em toda a região, conforme o banco, o valor de negócios chega a R$ 305 milhões.

Em outras regiões, os desembolsos do BB seguem fracos. No Sudeste, Minas, São Paulo e Espírito Santo contrataram R$ 69 milhões. No Norte, apenas Tocantins contratou R$ 4 milhões. No Nordeste, R$ 9 milhões foram contratados por clientes no Maranhão, Bahia e Pernambuco.

A Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) informou que, no Centro-Oeste, não existe a tendência de o produtor rural contratar crédito para a construção de armazéns. A explicação é que os custos são altos para a construção e manutenção dessas estruturas, mesmo com 15 anos para pagamento. O ideal, na opinião da Comigo, seria um prazo de 20 anos.

Segundo cálculos da Comigo, o custo de recepção e armazenagem de uma saca de soja é de R$ 2,20 por ano. A construção de um armazém com estrutura completa mais a obra civil, com capacidade para 1 milhão de sacas ou 60 mil toneladas, teria um custo variável de R$ 22 a 25 milhões. “Para o prestador de serviço, que recebe e armazena o grão, o lucro obtido não sobrepõe os custos de armazenagem, por isso o financiamento em 15 anos se torna inviável”, informou a cooperativa.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse que os desembolsos vão começar a avançar mais rapidamente com mudanças nas regras do financiamento e de licenciamento ambiental. “Por ser uma linha nova, é normal alguns entraves, mas estamos melhorando as regras para acelerar o processo”, disse Geller.

O programa disponibilizará aos produtores rurais e suas cooperativas R$ 25 bilhões divididos em cinco anos. As taxas de juro são de 3,5% ao ano e as operações podem financiar até 100% do valor dos projetos, com até 15 anos para pagar e até três anos de carência.

Fonte: Valor Econômico – 26/11/2013

DETI

O Departamento de Tecnologia da Informação (Deti) do Sistema FAEP/SENAR-PR, formado por profissionais da área, é responsável pela gestão tecnológica do portal da entidade, desde o design, primando pela experiência do usuário, até suas funcionalidades para navegabilidade.

Comentar

Boletim no Rádio

Boletim no Rádio