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Recuo na safra de grãos

O Paraná vai reduzir a produção de grãos em 7% e, mesmo ampliando a área da soja por causa das vantagens da oleagionosa diante do milho, deve arrecadar menos dinheiro na próxima safra de verão. Os números foram divulgados ontem e fazem parte da primeira avaliação sobre a temporada lançada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
A produção de grãos tende a cair de 21,42 milhões para 19,98 milhões de toneladas no período. Esse recuo em volume deve-se ao milho, que terá produção reduzida em 20%, a 5,48 milhões de toneladas. Segundo os produtores, o preço interno do cereal mal cobre os custos. Dos 160 mil hectares reduzidos, 140 mil devem ser dedicados à soja, cujo cultivo cresce 3%, para 4,38 milhões de hectares, conforme o Deral. A produção da oleaginosa deve ser de 13,72 milhões de toneladas, com redução de 1% em relação ao mesmo período do ano passado – a produtividade tende a cair de 3,18 para 3,05 toneladas por hectare. Milho e soja representam 96% da produção de grãos de verão no Paraná.

La Niña

Não há previsão de aumento na produtividade das lavouras de grãos devido ao fenômeno La Niña, que eleva o risco de seca no verão. O secretário da Agricultura, Erikson Camargo Chandoha, diz que a produção vai cair por falta de água e porque os produtores estão apostando mais na soja – em volume, o milho rende o dobro que a oleaginosa na mesma área.
O mercado explica essa aposta. O valor da soja, que ontem rendia ao produtor paranaense em média R$ 38,42 por saca de 60 quilos, é 2,5 vezes maior que o do milho, cotado a R$ 15,26 a saca. Mesmo com custo até 40% maior, a oleaginosa ainda dá lucro, aponta a economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) Gilda Bozza. “No milho, o risco é de prejuízo. Com a soja, dá para pagar as despesas e sobra um pouquinho.” A rentabilidade estaria em torno de 30%.
A queda na arrecadação da agricultura do Paraná é dada como certa, pela redução nas cotações internas verificada no último ano. Apesar de os preços das commodities estarem em alta no mercado internacional, o real valorizado limita a renda do setor. Se a produção de 2009/10 fosse vendida em agosto do ano passado, a soja renderia R$ 9,925 bilhões e o milho, R$ 1,676 bilhão. Se a produção prevista para 2010/11 fosse comercializada nesta semana, a arrecadação seria de R$ 8,788 bilhões e R$ 1,395 bilhão, com queda de 12,93% e 16,76% na receita do setor, respectivamente.

Estimativa

A perda de um ano para o outro, considerando apenas milho e soja, seria de R$ 1,418 bilhão. A renda depende, no entanto, dos preços da época em que os produtores comercializam a produção, pontua Gilda. Ela não descarta aumento nas cotações, inclusive nas do milho. “Nin­guém esperava o repique da soja no mercado internacional (provocado, entre outros fatores, pela demanda chinesa aquecida)”, cita.
O feijão também deve ficar com parte da área retirada do milho. O Deral prevê plantio 8% maior e produção 19% superior no ciclo das águas (primeira das três safras anuais desta cultura). A expectativa é que sejam colhidas 579,8 mil toneladas em 344,9 mil hectares. A tendência, segundo os técnicos do departamento, é que haja aumento também no cultivo de arroz irrigado (6%) e mamona (5%), mas redução no arroz sequeiro (5%), no amendoim (2%) e no algodão (34%).

Fonte: Gazeta do Povo

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