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Quebra na produção de verduras deixa dieta mais cara para o consumidor

O excesso de chuvas e o aumento do custo de produção foram os principais responsáveis pela escalada de preços

Ser vegetariano ou manter uma dieta equilibrada está cada vez mais difícil, e não é por falta de vontade. Ao longo de 2015 e no começo deste ano, os consumidores assistiram uma disparada nos preços de algumas hortaliças. Em alguns casos, como do tomate, o preço médio do quilo em janeiro, R$ 6,79, ultrapassou o da carne de frango, R$ 6,16.
Repolho, cebola, pepino e beterraba foram outras culturas que também deixaram de caber no prato para pesar no bolso. No Paraná, no ano passado, o preço desses produtos aumentou mais que 50%, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Nos últimos meses, o chef Vladimir Scanavaca, dono do restaurante vegetariano Mahatma Gourmet, em Curitiba, viu o gasto mensal com hortaliças subir de R$ 4 mil para R$ 7 mil. Para não repassar a conta direto aos clientes, o chef adotou estratégias como usar mais produtos sazonais e reformular o cardápio. “Se antes tínhamos todos os pratos elaborados, hoje fazemos um porcentual de pratos mais simples para amenizar os preços”, diz. “Os preços estão absurdos, tudo subiu demais”, reclama.

Pouca produção
O aumento do custo de produção e a menor oferta de produtos, provocada por condições climáticas desfavoráveis, foram os principais responsáveis pela escalada de preços, segundo Erick de Brito Farias, gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Quando tem chuva demais atrapalha. Quando não tem, também. Foi o cenário que tivemos tanto no plantio quanto na colheita de algumas culturas”, afirma.

O Paraná produz 2,9 milhões de toneladas de hortaliças convencionais ao ano, sendo 1,1 milhão (t) na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). As principais culturas do estado são batata (29% da produção), repolho (11%), tomate (9%), cenoura (5%), cebola (5%) e alface (4%).

Segundo o agrônomo Iniberto Hamerschmidt, coordenador estadual de Olericultura da Emater, a cebola, por exemplo, sofreu com as chuvas do plantio à colheita. “Nossa expectativa para safra de cebola era de 128 mil toneladas. Só foram colhidas 100 mil, uma quebra de 21%”, conta. “No caso do tomate e do repolho, o excesso de chuvas também foi fundamental para escassez dos produtos”, complementa.

O produtor José Alvino Ronkoski, de Campo Largo, na RMC, planta tomate, alface e repolho. Ele conta que as chuvas do fim do ano estragaram as plantações, e o que sobrou foi contaminado por doenças e pragas. “Tivemos que aumentar os gastos com insumos, cotados em dólar, para produzir pouco”, diz.

No entanto, quem conseguiu plantar e colher um bom produto não amargou prejuízos. Márcio Alex, produtor de cebola e outras hortifrutis em Campo Magro, também na Região Metropolitana, revela que teve uma perda de 20%, mas que conseguiu bons preços. “Se eu tivesse perdido a metade do que plantei, ainda teria lucro. Quem conseguiu um bom produto, vendeu bem”, afirma.

Fonte: Gazeta do Povo – 01/03/2016

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