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Qual é o futuro do trigo no Paraná?

Os Sistemas FAEP e a OCEPAR promoveram, nesta semana, o seminário "O Futuro do Trigo" sobre a nova classificação do cereal e as tendências do mercado. Os encontros foram organizados para esclarecer aos produtores rurais e técnicos as mudanças previstas na classificação do trigo e técnicas de produção do grão com qualidade. Com o apoio do IAPAR, foram realizados em Londrina, Ivaiporã, Campo Mourão, Assis Chateaubriand e Cascavel.

O novo padrão oficial de classificação do trigo brasileiro, que entra em vigor a partir de julho de 2011,  foi normatizado pelo Ministério da Agricultura. A nova regra eleva padrões qualitativos vigentes desde 2001, estabelece exigências para as sementes, nas técnicas de manejo, na segregação e até no preço final do produto. Os encontros realizados pela FAEP e IAPAR serviram para esclarecer os produtores sobre essas questões. Hoje, o Brasil produz 50% do trigo que é consumido no mercado interno e mesmo assim os produtores têm problemas na hora de comercializar o grão. Além de ser uma lavoura de alto risco climático e de preços, o mercado consumidor é muito exigente com a qualidade.

Para o produtor de Assis Chateaubriand, Benedito Pereira da Silva, a situação  de quem produz trigo "é uma vergonha". Segundo ele, a solução é parar com o plantio. "Será que o governo apoiaria os produtores, se nós tomarmos essa decisão?".

Em Londrina e Ivaiporã, as primeiras cidades que receberam o seminário, o economista do Sistema FAEP, Pedro Loyola, afirmou que os novos critérios deixam o setor muito apreensivo. Ele avaliou ainda a postura do governo de direcionar os leilões para apenas dois tipos de trigo. "Se o governo quer criar quatro classificações para o trigo,  deve realizar os leilões abrangendo todos estas classes e não apenas duas como está ocorrendo – trigo pão e trigo melhorador, pois o produtor que cultivou o trigo doméstico ou o trigo básico será prejudicado", disse.

Com o tema "Manejo da lavoura e doenças, variedades mais adequadas para o cultivo no Paraná e a influência do clima na qualidade do trigo", o engenheiro agrônomo do IAPAR, Lauro Akio Okuyama, alertou os produtores, em sua palestra, para as novas exigências do mercado. "O produtor precisa estar atento na hora de escolher as sementes, pois vai precisar solucionar a equação produtividade+qualidade. E quando falamos em qualidade falamos de especificações técnicas que o mercado está exigindo", afirmou.

O engenheiro agrônomo, Robson Mafioletti, da Ocepar, apresentou em Assis Chateaubriand uma análise de mercado do trigo onde o maior problema é a falta de liquidez. "A cultura do trigo é uma cultura sem pai. Uma prova disso é que nas últimas semanas o preço do trigo no mercado internacional subiu 50% e aqui no Brasil apenas 10%. Falta competitividade e determinação do governo em relação ao mercado do trigo", avaliou.

No encontro ocorrido em Toledo o engenheiro agrônomo, Pedro Francio Filho, apresentou a palestra "Complemento de renda nas propriedades com a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta", mostrando uma alternativa de renda para os produtores, independente do tamanho da propriedade. "A integração entre lavoura-pecuária-floresta é indicada para as pequenas propriedades e está sendo adotada pelos proprietários de grandes áreas porque é muito rentável", destacou.

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