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Produção da segunda safra de feijão deve crescer 51%

Até o momento 1% da área foi colhida e não há indícios de que a estiagem tenha comprometido a lavoura

 feijao2_GDiferentemente da soja, milho e outras culturas mais sensíveis à seca, até o momento o feijão passou ileso pelas intempéries desse início de ano. Neste cenário, a expectativa é que a produção seja bem superior à das últimas duas safras e feche como a maior neste período. Devido à seca, o produtor de feijão acabou demorando um pouco mais para plantar na segunda safra, mas até agora os números estão bem positivos, mesmo com a área colhida de apenas 1%. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab).

A primeira safra, que já foi completamente colhida e 78% dela comercializada, já mostrou que esse ano seria interessante para a leguminosa. A área cresceu de 214,2 mil hectares para 239,1 mil hectares entre a safra 2012/13 e 2013/14, alta de 12%, e a produção de 329,4 mil toneladas para 421,6 mil toneladas (28%) no mesmo período. A produtividade também sofreu incremento de 13%.

O técnico do Deral, Carlos Alberto Salvador, comenta que a quebra da primeira safra deste ano foi de apenas 4%, bem inferior à das últimas duas safras. “Na safra 2011/12, a quebra foi de 20%, no ano passado de 14% e agora 4%. Já é natural essa perda no período, portanto esse baixo percentual de redução acabou sendo bastante positivo”, avalia ele.

Já na segunda safra os números são ainda mais animadores, principalmente se comparados com os do ano passado. A lavoura do ciclo 2012/13 sofreu com muitas adversidades climáticas entre fevereiro e abril, principalmente o excesso de chuvas. O vento, o frio e as geadas atrapalharam em maio. A quebra foi de 33%, o que justifica a alta dos números deste ano. A expectativa é que a produção cresça 51%, atingindo 511,1 mil toneladas, e o rendimento salte de 1.377 kg/ha para 1.918 kg/ha (43%). “Esses elevados percentuais só são possíveis devido à quebra do ano passado, mas estão ótimos. O ano está tranquilo e a expectativa é bem interessante por parte dos produtores”, relata Salvador.

De maneira geral, apesar de apenas 1% ter sido colhida, o “raio-x” da segunda safra é interessante, com as condições de lavoura distribuídas dessa forma: 78% boa, 19% média e apenas 3% ruim. “A situação climática desse começo de ano só agravou mais a situação nos núcleos de Cascavel (50% da lavoura em condições médias), Francisco Beltrão (30% média e 5% ruim) e Ivaiporã (50% média). No geral, as condições pelo restante do Estado são animadoras”, conclui o técnico do Deral.

Preços
Em relação aos preços da saca de 60 kg, a inconstância do clima, de acordo com o Deral, fez com que os valores reagissem agora em março. Ontem, o feijão de cor era comercializado a R$ 116,68, um incremento de 34% frente aos R$ 87,08 do mês passado. O mesmo aconteceu com o grão preto: ontem a saca era comercializada a R$ 142,34, alta de 13,4% frente aos R$ 125,48 de fevereiro.

Fonte: Folha de Londrina

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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