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Preços do milho devem continuar firmes

Os preços internacionais do milho devem manter tendência de estabilidade na avaliação do analista Paulo Roberto Molinari. "A situação dos preços do milho é de firmeza daqui até a confirmação da safra do Hemisfério Norte do ano que vem; acho que só ela derruba preços", afirmou ele na manhã desta terça-feira (19/10), em Curitiba, durante sua palestra no Seminário Tendências do Agronegócio – Cenários para 2011. De acordo com Molinari, diversos fatos novos ocorridos no segundo semestre deste ano contribuíram para a elevação de US$ 3 a US$ 5,50 o bushel na cotação do milho na Bolsa de Chicago, entre eles, a quebra da safra de trigo na Rússia, a possibilidade de uma produtividade das lavouras americanas menor em relação à 2009 prevista no último relatório do Departamento de Agricultura do Estados Unidos (Usda) e a elevação de 10% para 15% de etanol na gasolina nos Estados Unidos que vigoraria a partir do ano que vem mas foi antecipada para este mês.

Bola da vez – Molinari considera a América do Sul como a "bola da vez" devido aos efeitos do fenômeno La Niña que deverão se estender até junho de 2011. "Há um processo de volatilidade ligada ao desempenho da safra da América do Sul e à definição do que o produtor americano vai plantar na safra 2011. Esses são os dois pontos que poderão tornar o mercado um pouco mais especulativo. Mas eu acho que não há espaço para o preço ficar abaixo de US$ 5. Talvez no final da colheita americana possa atingir os UU$ 6 na Bolsa de Chicago", disse. Para o consultor, é uma boa oportunidade para o agricultor brasileiro colocar o milho no mercado externo. "O produtor tem que ir aproveitando para travar exportações no ano que vem, porque 260 a 270 dólares não são preços ruins de exportação. Já temos comprador para a safra nova no mercado interno brasileiro, o que é uma coisa rara", disse Molinari. Ainda de acordo com ele os preços ao produtor também não estão relativamente bons mas alertou sobre mudanças que ainda podem ocorrer. "A Bolsa Chicago ainda não precificou a safra da América do Sul e os efeitos do La Niña. Portanto, temos aí gorduras a serem queimadas ou adicionadas nas cotações nas próximas semanas em Chicago", acrescentou o analista. 

La Niña – Molinari discorreu ainda sobre as tendências do La Niña, como seca para a região Sul do Brasil e parte da Argentina, com possível efeito sobre o trigo argentino. Ele disse ainda que o fenômeno climático deverá  provocar efeito direto  sobre o plantio do verão no Brasil. "Certamente, a implantação das lavouras não será igual à do ano passado. O perfil da safra do ano que vem é uma incógnita", considerou. Em sua avaliação, poderá ocorrer atraso ou inviabilidade do plantio de soja precoce, com efeitos sobre o cultivo da safrinha 2011 e é preciso ficar muito atento ao que vai ocorrer em relação à primavera e ao verão. "As coisas parecem boas no Sul do Brasil, mas não é bem assim. As temperaturas estão muito baixas. Este mês de outubro é o mais frio da década", disse. "Temos que torcer para que tenhamos uma safrinha muito boa em 2011. Em ano de La Niña não podemos ter uma safrinha ruim’, acrescentou.

Fatores de risco – Além do clima na América do Sul, o consultor avalila como fatores de risco para o milho na safra 2010/11: a exportação alavancada por leilões PEP (Prêmio de Escoamento ao Produto) e mercado internacional; safra de verão com retração de área; o volume de exportações; vendas de estoques no final do ano; comportamento do dólar, petróleo e da safra de trigo no cenário internacional, entre outros. Ele ainda considera importante observar os dados efetivos da economia mundial ligados ao PIB (Produto Interno Bruto), emprego e comércio. 

Fonte: Imprensa Ocepar

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