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Plante seu futuro – As boas práticas no campo

Por Cynthia Calderon

Ao lançar a Campanha Plante Seu Futuro em Cascavel na última terça-feira, dia 5, o secretário da Agricultura e Abastecimento (Seab) Norberto Ortigara provocou a plateia, formada por 250 técnicos e produtores da região, questionando se alguém acreditava que a estratégia de somar esforços em busca de uma agricultura que poderá servir de modelo era desnecessária. “Estamos bem, mas podemos ficar muito melhores. Um pouquinho de consciência nos levará a um outro patamar mais sustentável de produção. Esse é o desafio. Do contrário vamos perder competitividade. Vamos encarecer custos, vai sobrar menos no bolso e num prazo não longo, a nossa agricultura que, hoje é uma das melhores do mundo, não será capaz de se sustentar porque não trará renda aos nossos agricultores”.

O secretário destacou os esforços do governo ao optar pela conscientização, soma de esforços e parceria ao invés de investir na fiscalização. “Não é um trabalho de Estado, é um trabalho de sociedade por isso essa parceria se consolida em favor de uma agricultura mais sustentável”, afirmou.

Ele destacou ainda a capacitação que será estendida aos técnicos de todas as instituições parceiras. Ponto também abordado pelo presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette. ” Esta parceria vai desenvolver outro programa indispensável para o sucesso desta iniciativa: a formação de assistentes técnicos – públicos e privados – para que haja objetivos e linguagem comum em todo o Paraná. E para que não falte quem ajude o produtor rural a produzir com boas práticas e com excelentes resultados”.

A introdução do plantio direto, o planejamento das microbacias e a rotação de culturas foram lembrados por Meneguette como avanços na produção, porém lamentou a produção voltada para ganhos de curto prazo sem analisar os perigos que isso representa para as lavouras.

Um grupo de técnicos da Seab, Emater e SENAR-PR, já está montando os conteúdos dos cursos que terão apoio do Senar-PR. Devem fazer parte desses cursos os técnicos paranaenses – da Emater – das cooperativas, das empresas privadas de assistência, universitários em fim de curso nas áreas agrárias.

Entre eles, mais de dois mil profissionais de campo das cooperativas do Paraná que, segundo o superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná, José Roberto Ricken, realizam 600 mil visitas/ano que “serão aproveitadas para treinar o produtor para que ele tenha acesso a tecnologia disseminada e possa usá-la em seu benefício e da sociedade”.

“Antes de mais nada esse é um grande programa educativo. Não queremos punir ninguém. Queremos educar as pessoas para que façam corretamente e consigamos avançar ainda mais”, complementou citando tecnologias como o Plantio Direto que começaram no Paraná e contribuíram para fazer de seu sistema moderno e viável.

O Diretor Geral da Itaipu, Jorge Samek defendeu o solo e a água como os bens mais importantes ao produtor, além do capital humano. Ele colocou a instituição à disposição  para colaborar na coordenação da Campanha na região oeste. “O mundo inteiro precisa de alimento, precisa de trabalho, mas também precisa da preservação do planeta e a agricultura tem condição de responder a esses chamados com muito trabalho, muita produção e respeito a preservação”.

Para a Embrapa Soja, boa parte das ações propostas são de tecnologias consagradas e reconhecidas do cotidiano dos técnicos, porém se faz necessário a transferência da tecnologia para o produtor rural para que seja aplicada. “Temos consciência de que essa campanha é fundamental diante dos novos problemas ocorridos que estão exigindo uma retomada de posição, caso da incidência de novas pragas como a Helicoverpa armigera. Isso só mostra que temos que ter uma mudança de atitude”, disse o pesquisador da área de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, Osmar Conte.

Na avaliação do presidente do Iapar, Florindo Dalberto, o que move uma agricultura são alguns grupos de tecnologias, como as mecânicas, os fertilizantes, os herbicidas e as sementes que são dominadas por indústrias. As tecnologias de processo são os conhecimentos aplicados para o bom uso da mecanização. “A retomada da tecnologia de processo que permitirá manter a agricultura de vanguarda no Paraná. Essa é uma retomada de coisas nas quais o Paraná já foi pioneiro e algumas acabaram ficando para trás”.

O impacto da Campanha Plante seu Futuro não é somente na vida dos produtores, mas de toda a sociedade com um ambiente mais saudável para as futuras gerações, alimentos seguros, mais recursos e segurança para o agricultor. “Não precisa reinventar a roda, nem fazer grandes investimentos. Temos que usar a tecnologia que está aí, disponível’, frisou o presidente da Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann.

Além dos 11 seminários regionais, o presidente da Emater afirmou que a campanha prevê também unidades de referência. No primeiro momento serão 56 propriedades aonde serão realizados dias de campo, capacitações e treinamentos usando as tecnologias disponíveis.

A participação do IAP no evento, foi explicada pelo seu presidente Luiz Tarcisio Mossato Pinto como um processo diferente em que o governo tem buscado discutir com todos os setores antes de se tomar uma decisão. Sem a pressão da fiscalização, com consciência, conversa e preservação do meio ambiente. “O agricultor do nosso estado sabe o que fazer com o meio ambiente, quem não sabe são os grandes centros”.

Também participaram do evento, o vice-prefeito de Cascavel, Mauricio Theodoro, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Assis Chateaubriand, João Aparecido Pegoraro, representando a Fetaep, o superintendente do Senar-PR Humberto Malucelli,o coordenador regional da Governadoria no Oeste do Paraná, Sergio Terres, o produtor rural Ibrahim Fayad e presidentes de sindicatos rurais.

Para ouvir áudio do presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, basta clicar aqui

 

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