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Os perigos e cuidados com a Helicoverpa armigera

Os perigos e cuidados com a Helicoverpa armigera

Humberto Godoy Androciolli, entomologista e pesquisador do Iapar, orienta que o produtor não deve aplicar inseticida sem fazer o monitoramento da lagarta

Humberto

Em entrevista ao Boletim Informativo, o engenheiro agrônomo Humberto Godoy Androciolli, entomologista e pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) afirma que, como ocorre em todo o mundo, o ataque da helicoverpa armigera não se restringe apenas às lavouras de algodão e soja, a praga ataca feijão, milho, trigo, tomate e aveia.

Boletim Informativo – A lagarta veio ao Paraná nas lavouras de soja, mas ela pode atacar outras culturas?

Humberto – Como é uma praga polífaga (come tudo o que vê pela frente), pode atacar o milho, trigo, feijão, tomate e aveia. Por isso, enquanto a Embrapa Soja está se dedicando a melhor forma de manter o controle e monitorar lavouras da soja, nós do Iapar estamos nos dedicando ao estudo da praga nessas culturas. A gente começou a trabalhar com a lagarta em setembro e ainda não se sabe como vai ser o comportamento dela no milho, trigo, feijão, tomate e aveia. O Paraná é o maior produtor de feijão no Brasil, por isso nos preocupamos. Demos enfoque nas culturas que entram na rotação da soja e que certamente vão sofrer ataque dessa lagarta.

BI – Há uma maneira eficaz de combatê-la nessas culturas?

Humberto –Como ainda não existe produto para o controle da lagarta nas lavouras de milho, trigo, feijão, tomate e aveia, a Adapar está verificando  como vai fazer para liberar de o uso de alguns produtos que podem ser aplicados nessas culturas. Nós estamos numa corrida sobre quais são os produtos ideais recomendados que serão registrados. Nesse sentindo, Iapar e Adapar estão trabalhando juntos para subsidiar o produtor de ter um produto no combate dessa lagarta. A praga se não for remanejada de forma correta acaba criando resistência ao uso de inseticidas. A armigera já registrou resistência na Austrália, alguns países da África, Ásia e Europa. Eu acredito que até o início da safra de plantio de feijão, milho e trigo, a Adapar já vai ter conseguido alguns produtos para essas culturas.

BI – Há necessidade dos produtores aplicarem defensivos de forma excessiva?

– A armigera é uma praga semelhante a outras que já atacam as plantações, por isso é importante fazer o monitoramento. Como o ciclo da lagarta é muito rápido, se você não fizer isso semanalmente pode ser tarde demais. Isso porque quando a planta está na fase de vagem, a lagarta tem o comportamento de broquear e entrar nessa vagem, ou seja, fica muito difícil de combatê-la na fase adulta. Como ela é uma praga nova por aqui ainda não sabemos exatamente qual é o ciclo. Nos outros países, ela se torna uma adulta entre 20 e 30 dias.

BI – Como podemos fazer esse monitoramento?

Humberto – Não tem como erradicar e sim controlar. É importante fazer o monitoramento para verificar o tamanho da lagarta para realizar o uso correto de inseticida. O produtor não deve aplicar o produto sem fazer o monitoramento, ver o número de lagartas que vai ter por metro, por exemplo, na soja são entre duas e quatro lagartas.  Em outras culturas estamos estudando o nível populacional que vai causar danos, mas o importante é sempre olhar, fazer um monitoramento constante, semanal, para saber o tamanho da população. Se está ocorrendo uma ou duas, e checar o nível de dano que elas estão causando. A Embrapa recomendou que quando você tiver duas lagartas por metro pode fazer o controle. Além disso, é importante saber o tamanho da lagarta (fase) para poder usar o produtor mais indicado para o combate.

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