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Monitoramento de lavouras é estratégico para gerir custo da ferrugem

De acordo com o Consórcio Antiferrugem, as perdas por conta da doença chegam a US$ 2 bilhões por safra no Brasil

O surgimento dos primeiros casos de ferrugem na soja-guaxa (planta que nasce de grãos perdidos da colheita anterior) em áreas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo serve de alerta aos produtores. A avaliação é do pesquisador Fabio M. Andrade, que recomenda aos sojicultores, neste momento, fazer o monitoramento de suas lavouras. Segundo ele, a precaução é o melhor caminho para o sojicultor administrar bem o chamado ‘custo-ferrugem’ já no início do ciclo 2016/17 da cultura.

De acordo com o Consórcio Antiferrugem, liderado pela Embrapa, o custo-ferrugem tem sido da ordem de US$ 2 bilhões por safra no Brasil. O dado abrange tanto as perdas registradas na produção da soja, decorrentes da doença, quanto os custos envolvidos na compra de defensivos agrícolas.

Segundo Andrade, entomologista da equipe técnica da DuPont Proteção de Cultivos, os produtores que nas últimas safras aderiram ao manejo preventivo da ferrugem, pelo monitoramento de lavouras e pela aplicação de fungicidas específicos, obtiveram melhores resultados nos indicadores de produtividade, qualidade da colheita, rentabilidade e na relação custo-benefício do tratamento da doença. “O sucesso no controle da ferrugem vem associado ainda à semeadura da soja com variedades mais precoces”, enfatiza.

Para o pesquisador, outra medida indispensável ao controle eficaz da ferrugem é a realização, pelo produtor, do manejo de resistência aos fungicidas. “A aplicação alternada de diferentes ingredientes ativos na sojicultura mantém a suscetibilidade do fungo causador da ferrugem às tecnologias hoje em linha para controle químico da doença”, explica Andrade.

Mosca-branca

O gerente de inseticidas da DuPont para o mercado de cereais, Ivan Jarussi, destaca que na safra 2016/17 o produtor deve redobrar a vigilância quanto a um possível novo avanço da mosca-branca sobre plantações de soja. “A presença desta praga aumenta safra após safra, em todas as áreas da fronteira agrícola da soja”, reforça o engenheiro agrônomo.

Entidades do agronegócio afirmam que a soma dos prejuízos provocados pela ferrugem asiática e pela mosca-branca já atingiu 30 bilhões de dólares. “A estratégia de manejo dessa praga deve levar em conta a aplicação de inseticidas específicos, em alternância, para manter a suscetibilidade da mosca-branca a ingredientes ativos; o plantio de cultivares de soja adaptadas e mudas sadias e a limpeza permanente de lavouras”, recomenda Jarussi.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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