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Leilões de milho preocupam Paraná

Dois leilões públicos vão movimentar o mercado de milho de Mato Grosso nesta semana. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pretende negociar 1 milhão de toneladas do cereal de Mato Grosso com subsídio, por meio de contratos de opção e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro). Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão autorizados a participar do certame, gerando preocupação no Paraná, que teme uma redução nas cotações regionais.

Os dois leilões serão realizados nesta amanhã. Serão disponibilizadas 250 mil toneladas do produto via repasse de contratos de opção de milho feitos em Mato Grosso. Conforme o Mapa, o objetivo principal da operação é atender suinocultores e avicultores do Nordeste e Sudeste do país, que dependem de importação para satisfazer a demanda.

O volume mais expressivo, de 800 mil toneladas, será negociado via Pepro. Como Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão autorizados a participar dessa modalidade, parte do milho mato-grossense pode ser deslocada para o Sul do país. “Os dois estados poderiam comprar milho do Paraná e esses leilões tendem a pressar os preços aqui”, aponta Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Turra relata que a inclusão do milho do Paraná nos leilões de Pepro não resolveria o problema. “Nesses leilões o produtor recebe o preço mínimo, que é inferior à cotação atual do milho no ParanT, salienta. O índice oficial, levado em conta pela Conab, é de R$ 17,46 por saca, enquanto a média do produto no estado está em R$ 18/sc, conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O Paraná ainda não vendeu metade da safra de inverno. Isso significa que perto de 5 milhões de toneladas de milho podem ter seu valor depreciado pelos leilões do governo federal, num momento em que a cadeia das carnes admite que sua relação custo versus cotação já melhorou substancialmente.

Para a Federação de Agri­­cul­­­tura do Paraná (Faep) o go­­­ver­­no federal não tem dado atenção aos pleitos do estado. “O preço mínimo não corresponde ao custo de produção e precisaria ser revisto”, avalia Pedro Loyola, economista da instituição. Para a safra 2013/14 a Conab elevou em 1,2% o valor mínimo, para R$17,67 por saca.

Recuo na produção depende de exportações e de apostas no trigo

A Expedição Safra Gazeta do Povo apurou nas últimas sema­­nas que, de Mato Grosso ao Paraná, os produtores estão decepcionados com a rentabilidade do milho. A maioria reduz a área plantada no verão. Por outro lado, as exportações além do previsto podem sustentar preços e redimensionar essa tendência.

Dois fatores mostram-se decisivos. O Brasil começou o ano apostando em exportações próximas de 15 milhões de toneladas, mas deve confirmar embarque de mais de 20 mil milhões de t. As cadeias das carnes bovina, suína e aves contro­­laram a produção e agora, diante de uma demanda firme, regis­­­­tram bons preços, o que pode estimular o consumo de rações. O milho vem sendo considerado um investimento arriscado inclusive na comparação com o trigo. O cereal do pão vale R$ 44 no Paraná – R$ 10/sc a mais do que há um ano. Quem não enfrentou quebra climática lucra mais do que nos últimos anos. Para que a safra nacional chegue a 78 milhões de toneladas de milho (verão e inverno), o setor terá de contar com clima favorável até julho de 2014. As projeções privadas que já consideram uma safrinha reduzida apontam para 75 milhões de toneladas.

Fonte: Gazeta do Povo

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