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Governo oferece mais crédito ao campo, mas reduz subsídio

Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 tem orçamento 20% maior, mas tende a pressionar financiamento da próxima safra

O agronegócio brasileiro entra no movimento de ajuste nas contas públicas e terá parcela menor de subsídios na próxima safra. Durante o lançamento oficial do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2015/16, em Brasília, o governo federal confirmou aumento de 20% na oferta geral de recursos, que agora totaliza R$ 187,7 bilhões. Embora a disponibilidade total de credito seja maior, boa parte dos recursos será ofertada a juros de mercado, que podem passar de 20%, e o dinheiro que será emprestado ao setor a taxas subsidiadas ficou mais caro: os juros médios subiram de 6,50% para 8,75% ao ano.

A oferta de crédito com taxas controladas para custeio, comercialização e investimentos no campo caiu 2,2% em relação a última safra, para R$ 129,8 bilhões. No contraponto, a proporção de recursos com juros livres saltou 146%, para R$ 57,9 bilhões. Essa inversão é questionada por entidades como a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). “Praticamente todo o aumento [no orçamento do PAP] foi feito na parcela de juros livre, o que deve gerar um aumento na taxa média paga pelos produtores”, contextualiza o gerente técnico da entidade, Flávio Turra.

Apesar do volume de recursos mais baratos destinados a investimentos ter caído, o crédito a juros controlados para custeio e comercialização da safra cresceu 8,4%. Ainda assim, tende a pesar nas contas da próxima safra, avalia o economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola. “O aumento nos juros controlados não absorve a alta nos custos de produção”, aponta. Estudos da Faep mostram que o produtor terá que desembolsar em média 15% mais para semear a próxima safra.

Os reajustes foram minimizados pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. Para ela, o aumento nos juros é compatível com o contexto de inflação do país. “Não podemos pedir aos coordenadores do ajuste fiscal um juro negativo”, argumentou. Ela destacou o retorno gerado pelos investimentos no campo. “Para cada real investido na agropecuária o setor gera R$ 3 em valor adicionado”, apontou.

A presidente Dilma Rousseff fez defesa semelhante. “Os juros serão realinhados sem comprometer a capacidade de pagamento dos produtores”, afirmou.

Dilma voltou a defender o ajuste nas contas públicas, e indicou que isso não limita o desenvolvimento econômico do país. “O ajuste fiscal não é o objetivo em si mesmo. Estamos construindo uma agenda de crescimento na qual esse plano é um dos instrumentos”, apontou.

Dilma e Kátia Abreu enfatizaram os médios produtores como a prioridade no PAP. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), principal linha de crédito voltada ao segmento, terá aumento de 17% nos recursos, contando com um montante de R$ 18,9 bilhões em recursos e juros de 7,75% ao ano. “Continuaremos ampliando nosso apoio aos médios produtores, para criar uma classe média rural fortalecida”, declarou a presidente.

Fonte: Gazeta do Povo – 03/06/2015

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