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Frete mais caro em agosto e setembro

Alta demanda para escoar a safrona de milho e reajuste da alíquota sobre combustíveis vão encarecer, ainda mais, a retirada da produção do campo até armazéns e portos

O campo sofreu mais um duro golpe, reflexo de medidas tributárias do governo federal para aumentar a arrecadação e reduzir o rombo nas contas públicas. O reajuste das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina, o diesel e o etanol, anunciada no final de julho, pegou os produtores paranaenses em meio ao escoamento da safrona de milho. Ou seja, o transporte das 13,8 milhões de toneladas até os armazéns e/ou portos, mais outras tantas toneladas de grãos de inverno como trigo, cevada e aveia e parte da soja que ainda está estocada irá custar ainda mais caro.

“Esse aumento foi descabido e exagerado. Não houve uma análise mais aprofundada de como isso impacta negativamente no setor de transporte de carga, nem no setor produtivo que cria emprego e gera renda”, dispara Sérgio Malucelli, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar). Mesmo antes do reajuste federal, o campo já enfrentava altos fretes, reflexo das supersafras de verão e safrinha. De acordo com o levantamento do grupo de pesquisa e extensão em logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (EsalqLog), o serviço de transporte já vinha sofrendo reajustes significativos, com previsão de novos, em função da demanda aquecida por parte do setor produtivo. A rota Toledo, no Oeste do Estado, até o Porto de Paranaguá, no Litoral, está 74% mais cara na comparação com o mesmo período do ano passado.

“A quebra de safra no ano passado fez com que a produção ficasse no Brasil para abastecer o mercado interno, principalmente as cadeias de proteínas, que não costuma pressionar frete, pois ocorre com cadência. Esse ano é o inverso. Safras recordes, tanto de soja como de milho, e o país precisa exportar desesperadamente. O mercado internacional pressiona, pois depende das janelas. Isso impulsiona o frete para cima”, explica Samuel da Silva Neto, da EsalqLog, lembrando que os fretes cobrados no segundo semestre de 2016 foram os mais baixos dos últimos seis anos.

Leia mais sobre os motivos do aumento do frete aqui.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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