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Frango: Preço internacional da carne caiu com retomada de vendas dos EUA, afirma Rabobank

Enquanto lida com a concorrência internacional, analistas acrescentaram que os altos custos de milho para nutrição animal também têm afetado as margens dos frigoríficos brasileiros

O retorno “mais rápido que o esperado da carne de frango dos Estados Unidos aos mercados internacionais”, após os casos de gripe aviária no país, intensificou a competitividade global pressionando os preços da proteína exportada em todo o mundo, informaram analistas do Rabobank em relatório trimestral divulgado na segunda-feira (30).

Com o objetivo de manter participação de mercado, outros importantes exportadores, como Brasil e União Europeia, reduziram o preço de seus produtos. Segundo relatório alguns dos principais recuos ocorreram para carne de peito (-6%), coxa (-20%) e carne processada (-20%).

“Isso está afetando margens das empresas altamente expostas ao comércio exterior, em países como Brasil, Argentina, Tailândia e Japão”, escreveram os analistas do banco.

Entre 2014 e 2015, os EUA sofrerem uma série de embargos devido ao surto de gripe aviária que atingiu o país, o que acabou abrindo espaço para que o Brasil, líder nas exportações globais de carne de frango, elevasse sua participação de mercado.

Para o banco, a competição no mercado de carne de frango deve permanecer do decorrer desde ano. Contudo, os exportadores brasileiros poderão se beneficiar com a menor oferta de frango da Ásia e México.

Também em decorrência do surte de gripe aviária, China, Hong Kong, Tailândia, entre outros países, proibiram a compra de material genético que deve refletir em uma menor produção no segundo semestre.

“Acreditamos que essa situação irá continuar, com esperadas reduções na oferta por parte da Ásia e do México compensando parte dos impactos negativos das concessões de preços”, acrescentou o Rabobank.

Enquanto lida com a concorrência internacional, analistas acrescentaram que os altos custos de milho para nutrição animal também têm afetado as margens dos frigoríficos brasileiros.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já havia defendido na semana passada a manutenção do dólar no patamar de R$ 3,50, alertando que exportadores brasileiros de carnes de frango e suína perderão competitividade no mercado internacional com a valorização do real.

Exportações aquecidas de carnes de frango e suína brasileiras têm colaborado para mitigar os efeitos negativos da redução do consumo no mercado doméstico.

“A luta do Brasil para equilibrar os mercados será um fator importante para o desempenho global nos próximos meses”, informou o Rabobank, ao acrescentar que, no passado, a indústria brasileira provou ter disciplina para se recuperar.

Fonte: Notícias Agrícolas

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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