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FAO: demanda e custo maior elevarão preços agrícolas

FAO: demanda e custo maior elevarão preços agrícolas

Os preços de algumas commodities agrícolas, como milho e carnes, vão continuar a subir nos próximos dez anos, puxados pelo aumento do consumo e dos custos de produção e pela desaceleração do aumento da produtividade rural. É o que concluiu o relatório "Perspectivas Agrícolas 2011-2020", realizado em conjunto pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Num contexto de redução da produção na Europa e aumentos tímidos nos Estados Unidos, a América Latina e especialmente, o Brasil, deverão se beneficiar deste cenário na próxima década. O estudo prevê o fim do "crescimento espetacular" da produção de soja no Brasil e na Argentina, mas ambos os países continuarão a exibir aumentos sólidos na produção de oleaginosas, cereais e carnes.

De acordo com o estudo, em termos reais, os preços dos grãos forrageiros, milho entre eles, vão aumentar 20% na década entre 2011 e 2020, enquanto os preços da carne bovina e de aves deverão subir 30%. Os da carne suína vão ficar 20% mais caros. O arroz valerá 15% mais. Outros produtos deverão ter preços menores que a média dos últimos três anos, justamente porque subiram demais nesse período recente. São eles: trigo, farelo de soja e açúcar.

O crescimento da produção agrícola vai desacelerar entre 2011 e 2020 para 1,7% ao ano, ante 2,6% ao ano na década anterior. Aumentos menores serão registrados na maioria dos produtos, mas especialmente nas oleaginosas e nos grãos forrageiros, por causa do aumento dos custos de produção e da desaceleração nos ganhos de produtividade. O setor pecuário deve crescer 0,7% ao ano.

O estudo diz que a redução nos ganhos de produtividade continuará a exercer pressão de alta nos preços internacionais das commodities. Essa desaceleração no rendimento agrícola ocorrerá tanto nas economias mais desenvolvidas quanto nas grandes economias emergentes.

Para a FAO/OCDE, a América Latina, o grande motor do crescimento da produção agrícola mundial nos últimos anos, será junto com o Leste Europeu as duas regiões mais importantes na oferta de alimentos na próxima década, diz o estudo.

Quanto aos custos, os preços dos fertilizantes nitrogenados e outros agroquímicos devem acompanhar de perto as variações da cotação do petróleo, que devem seguir em patamares elevados. O estudo estima que, em termos nominais, o valor médio do barril passará de US$ 78 em 2010 para US$ 107 em 2020.

Os preços do petróleo também vão impactar a demanda por biocombustíveis e, por consequência, os preços dos produtos usados em sua produção. O uso da produção agrícola como matéria-prima para etanol e biodiesel continuará a crescer. Até 2010, cerca de 13% dos grãos forrageiros e 15% dos óleos vegetais produzidos no mundo, assim como 30% da cana, serão usados para fabricar combustíveis.

Se os preços do petróleo se mantiverem suficientemente altos, diz o estudo, a produção de biocombustíveis se tornará viável em muitos países, mesmo com a ausência de políticas de suporte. Brasil, Índia e China serão responsáveis por 85% dos 72 bilhões de litros de etanol no mundo em desenvolvimento até 2020.

Fonte: O Estado de São Paulo

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