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EUA adiam as vendas de milho barato

Com safra cheia, resistência norte-americana beneficia o Brasil no comércio internacional e evita maior desvalorização do produto no mercado interno

Capitalizados após uma sequência de safras lucrativas nos últimos anos, os Estados Unidos têm combatido os preços baixos segurando as vendas. No momento em que a colheita da safra 2014/15 entra na reta final no país, a comercialização de grãos no mercado físico norte-americano fica restrita à soja, apurou a Expedição Safra 2014/15 durante o roteiro de mais de 2 mil quilômetros que cumpriu pelo Corn Belt na última semana. Apesar de ter perdido quase um terço de seu valor no pior momento do ano, a oleaginosa ainda tem preços mais remuneradores que os do milho, que já não cobrem os custos de produção no país.

A estratégia tem beneficiado o Brasil, que acumula estoques recordes do cereal após dois anos de safras cheias e agora aproveita a oportunidade para desovar seus excedentes no mercado internacional. A resistência dos produtores norte-americanos em se desfazer de sua produção possibilitou ao Brasil sustentar exportações acima da marca das 2 milhões de toneladas num período em que, historicamente, a competição com o produto dos EUA tende a desacelerar os embarques nacionais.

Somente em outubro, 3,18 milhões de toneladas de milho saíram dos portos brasileiros rumo ao exterior – a marca deve ser mantida nos próximos meses. Produtores norte-americanos relataram aos técnicos e jornalistas da Expedição que pretendem segurar o milho em seus armazéns pelo menos até fevereiro, o que poderia ajudar o Brasil a manter suas exportações aquecidas também no primeiro semestre de 2015, a exemplo do que ocorreu nos últimos dois anos.

“Vendi o pouco que consegui colher até o início de outubro para aproveitar os prêmios de entressafra. Mas, agora, com o bushel a menos de US$ 3,50 no mercado físico, esse milho que está da lavoura vai direto para o armazém”, relata Bill Rhea. Com espaço suficiente para estocar 15 mil toneladas de grãos na propriedade que mantém em Arlington (Nebraska), ele afirma estar preparado para segurar a produção por até um ano, à espera de preços melhores. Apenas para cobrir os custos de produção, precisaria vender o cereal a US$ 4 por bushel.

Armazéns

Os preços em queda incentivaram Matt McGinnis a investir na compra de um complexo de cinco silos com capacidade para estocar perto de 2 mil toneladas em Indianola, na região central de Iowa. “Vou estrear os armazéns com lotação total. Guardar a produção também tem custo, mas a esses preços não tem como vender. É prejuízo na certa”, diz o produtor.

Com capacidade estática para armazenar cerca de 600 milhões de toneladas de grãos, os EUA teriam, em tese, espaço de sobra para guardar toda a safra 2014/15, estimada pelo USDA em 474,4 milhões de toneladas. Na prática, contudo, não é o que vem ocorrendo. Pilhas de milho a céu aberto e silos-bolsa lotados de grãos – uma imagem bastante comum no Cerrado brasileiro e nos Pampas argentinos – é um cenário cada vez mais frequente no Corn Belt. “Com área e produtividade recorde, essa é sem dúvida a nossa maior safra de soja de todos os tempos. Mesmo no milho, que teve o plantio reduzido, a produção será gigantesca. Vai ser difícil arranjar espaço para tanto grão”, resume Terry Bline, gerente em uma unidade de recebimento de grãos em Roanoke, na região central de Illinois.

Fonte: Gazeta do Povo – 04/11/2014

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