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Crédito rural cresce menos que a inflação

As liberações de crédito rural nos cinco primeiros meses do ano-safra 2011/12 (julho a novembro) atingiram R$ 44,670 bilhões, valor nominal 3,4% superior aos R$ 43,292 bilhões liberados no mesmo período do ano passado. No entanto, a inflação medida no período (dezembro/10 a novembro/11) foi de 6,17% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, ou seja, o crescimento nominal do crédito rural foi menor que a inflação.

Os dados oficiais foram divulgados pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, que destaca o aumento nominal de 12,2% na liberação de crédito para investimento, que passou de R$ 5,785 bilhões para R$ 6,490 bilhões. Os financiamentos para comercialização e custeio somaram R$ 35,525 bilhões, valor 2% superior ao registrado de julho a novembro do ano passado, mas muito inferior à inflação do período.
Segundo o balanço do Ministério da Agricultura, recursos liberados para investimento correspondem a 31,7% dos R$ 20,5 bilhões programados para a safra atual. A maioria das linhas de investimento registrou aumento da demanda, com destaque para a expansão de 80,4% dos financiamentos da linha 63 Rural, destinada a exportação, que atingiu R$ 160,8 milhões. As aplicações no Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) cresceram 55,5% e atingiram R$ 178,1 milhões, que correspondem a 5,7% dos R$ 3,150 milhões previstos para esta safra.

Segundo o economista da FAEP, Pedro Loyola, "houve uma retomada nas linhas de investimento e recuo relativo na tomada de financiamentos de custeio e comercialização, devido aos melhores preços das commodities e menor custo da safra, especialmente daqueles produtores que anteciparam a compra de insumos. Há também a recorrente dificuldade de acesso aos recursos nos bancos, fatores que somados ajudam a explicar o recuo relativo".

O levantamento mostra que de julho a novembro deste ano, os agricultores acessaram R$ 2,251 bilhões do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), nas modalidades custeio e comercialização, valor 7,1% superior aos R$ 2,102 bilhões liberados em igual período do ano passado. As liberações para investimento para o médio produtor rural atingiram R$ 868,4 milhões nos cinco primeiros meses do atual ano-safra. O valor é 84,9% superior ao liberado de julho a novembro ano passado e corresponde a 79% do total de recursos programados na linha de crédito para esta safra.

"O crédito para custeio e comercialização do Pronamp teve desembolso abaixo do esperado. Em relação aos recursos para investimento a procura cresceu e já foram utilizados quase 80% do programado para a safra. Para evitar a suspensão na contratação de recursos de investimento do médio produtor, o governo terá que alocar recursos de outros programas para os financiamentos de investimento do Pronamp", observa Loyola.

No caso das operações de financiamento para custeio e comercialização, os empréstimos com juros controlados subiram 4,8% em relação ao mesmo período de 2010, para R$ 30,889 bilhões. Já as transações com taxa de juros livre caíram 13,7% e ficaram em R$ 4,635 bilhões.

No conjunto de todos os programas, apenas o Moderfrota registra níveis mínimos de aplicação. O Ministério da Agricultura atribui a baixa demanda pelo Moderfrota ao fato de o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) oferecer condições de juros (6,5% ao ano) e prazos para pagamento (até 10 anos) mais atrativos ao produtor. As contratações no âmbito do PSI estão autorizadas até dezembro de 2012. O total movimentado de julho a novembro subiu 3,2% e passou de R$ 2,572 milhões para R$ 2,655 milhões.

O Secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Rocha, reforça que mesmo diante do recuo no crédito global, com impactos em diversas nações de diferentes continentes, inclusive no Brasil, o financiamento ao setor agropecuário segue firme, evidenciando as boas expectativas em relação a esse segmento. "Nos próximos meses os esforços têm que ser direcionados no sentido de assegurar recursos suficientes para o financiamento da segunda safra de milho, da safra de inverno e da comercialização de produtos da safra de verão, que começa a ser colhida já no mês de janeiro", avalia.

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Com informações do Mapa e DTE/FAEP

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