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Chuva intensa castiga lavouras de soja do Paraná

Em lavouras de Corbélia e Cascavel, no Oeste do Estado, a chuva de granizo que caiu por volta das seis horas da manhã de ontem destruíram as plantas de diversas propriedades

As chuvas torrenciais em diversas regiões do Paraná estão atrapalhando o desenvolvimento das lavouras de soja, o plantio de áreas mais tardias, além da alta umidade, característica propícia para a ocorrência da ferrugem asiática nos próximos meses. Em lavouras de Corbélia e Cascavel, no Oeste do Estado, a chuva de granizo que caiu por volta das seis horas da manhã de ontem destruíram as plantas de diversas propriedades.

Já na região de Londrina, muitas áreas sem cobertura de palha no solo sofreram assoreamento forte, prejudicando a lavoura. Neste mês, a cidade já bateu o recorde histórico de precipitações desde 1976, com 428 milímetros, ultrapassando a marca de 424,5 milímetros de junho de 1997. No acumulado do ano, já choveu 1979 milímetros, contra uma média anual de 1.600. Os números são do monitoramento agroclimático do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

Produtores de alguns distritos do município, como Lerroville e Paiquerê, relataram os prejuízos para a reportagem da FOLHA. O casal de produtores Marcos Antônio Pereira e Shirley Ruthes, de Lerroville, disse que uma área de quatro alqueires ficou bastante assoreada pela chuva, mas ainda não sabe o tamanho do prejuízo. “A soja já estava na fase da floração e foi prejudicada. Numa outra área de dez alqueires que temos junto com meu sogro, as perdas devem ser ainda maiores. Mas é algo que só vamos conseguir calcular mais para frente”, relatou Shirley.

Já Walter Aparecido Chico, que tem uma área de 32 alqueires em Paiquerê, disse que a soja já estava plantada há pouco mais de 40 dias e, felizmente, não foi atingida pela chuva. Entretanto, o sojicultor está preocupado que as precipitações não parem nos próximos meses, como já foi divulgado por boletins agrometeorológicos. “É preciso que saia sol para que a planta, de fato, se desenvolva. Além disso, estou preocupado com a ferrugem asiática. No ano passado, fiz três aplicações e, se continuar com este tempo, vou entrar com o fungicida ainda mais vezes na lavoura”, disse.

A pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy relata que a semeadura da soja logo após o período de vazio sanitário – associado às chuvas intensas – fizeram com que o número de focos de ferrugem asiática seja o dobro do ano passado no Estado, algo em torno de 20 até agora, segundo o site do Consórcio Antiferrugem. “Como alguns produtores não conseguem entrar na lavoura para o plantio, a janela de semeadura vai se estender, o que pode aumentar os casos da doença”.

O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab) Marcelo Garrido relata que até na semana passada 87% das áreas de soja do Estado já estavam semeadas. Nesta semana, segundo ele, o percentual não deve ter avançado muito. “Acredito que a preocupação está principalmente ligada à maior manifestação da ferrugem e o aumento no número de aplicações, mas os nossos técnicos que estão a campo relataram que ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre prejuízos. Na quinta-feira (amanhã), vamos divulgar um número atualizado de como está o plantio da cultura”.
De acordo o levantamento do Deral, a expectativa é de uma colheita de 18 milhões de toneladas de soja nesta primeira safra, alta de 6% frente aos 16,9 milhões da safra 2014/15. A área de plantio é de 5,2 milhões de hectares.

Fonte: Folha de Londrina – 26/11/2015

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