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Boi de corte derruba fronteiras

Com a retomada das exportações para a Rússia, o Paraná volta a embarcar 38 mil toneladas ao ano, volume similar ao de 2005, pré crise da aftosa

As exportações de carne bovina do Paraná devem fechar o ano acima das 38 mil toneladas, marca não alcançada desde 2005, quando o estado sofreu uma série de restrições comerciais após a confirmação de focos da febre aftosa. Sem seu principal cliente na época, a Rússia, o estado viu suas vendas externas de carne vermelha despencarem, batendo na casa das 10 mil toneladas em 2007, de acordo o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarnes). E, agora, são justamente negócios firmados com importadores russos que estão devolvendo aos exportadores paranaenses espaço no mercado internacional.

Dois frigoríficos sustentam as novas estimativas. O Astra, de Cruzeiro d’Oeste (Noroeste), e o VPR, de Colorado (Norte), que foram habilitados em fevereiro a vender para o país euro-asiático. Juntas, as plantas vão embarcar 17 mil toneladas de carne bovina para o país em 2014. Se o Astra atingir 10 mil e VPR 7 mil toneladas neste ano, como espera o setor, os russos voltarão ao topo do ranking de importadores de carne bovina. O saldo de 38 mil toneladas representa avanço de 70% sobre as 22 mil toneladas embarcadas em 2013.

“Nossa expectativa é que essa marca seja alcançada neste ano”, afirma o presidente do Sindicarnes, Péricles Salazar. Ele pondera que isso vai depender do desempenho dos dois frigoríficos que estão ampliando as exportações.

A importância da Rússia, que liderava a lista de maiores importadores por anos, para a carne bovina paranaense, é comprovada pelos números da última década. Em 2005, os russos compraram 16 mil toneladas do Paraná, 44% do total dos negócios internacionais no ano. Nos últimos dois anos, o envio para o parceiro registrou apenas 26 (2012) e 27 (2013) toneladas.

“Em março exportamos 800 toneladas para a Rússia. Em abril já deveremos alcançar mil toneladas, meta estipulada inicialmente”, comemora Carlos Cati, executivo do Astra. “Mil toneladas exportadas por mês significam faturamento de R$ 10 milhões”, complementa Paulo Augusto Ferreira, analista de Exportações do VPR, que vendeu 250 toneladas em março e deve alcançar 1 mil/mês no segundo semestre.

Remanejamento

De olho no gigante russo, as duas empresas readequaram as indústrias. O frigorífico VPR investiu R$ 5 milhões em adaptações e está redirecionando parte da produção do mercado nacional para os pedidos russos.

Exportava cerca de 10% da produção total de carne bovina, principalmente para Hong Kong e países da África, e agora a meta é enviar 40% para o exterior. “Estamos passando por um processo de adaptação, que vai desde a etiquetação até o abate específico”, explica Ferreira.

Os investimentos do Astra foram de R$ 35 milhões em quatro anos, nas instalações que ocupam área de 12 mil metros quadrados. “Praticamente construímos um frigorífico novo. Mas é um mercado muito promissor. Tudo o que produzirmos já tem para quem vender e, ainda assim, sobra demanda”, afirma Cati.

Ministro minimiza risco de embargos por suspeita de vaca louca

Igor Castanho, enviado especial

O ministro da Agricultura, Neri Geller, minimizou o risco de a carne brasileira sofrer embargos relacionados à suspeita de doença da vaca louca deflagrada em Mato Grosso. Ele se mostrou confiante em relação à estabilidade das exportações na abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

“Estou pessoalmente lidando com isso [suspeita de doença da vaca louca], de forma inteligente, sem muito alarde, mas com muita transparência”, disse à imprensa. “Estamos praticamente convencidos que é um caso atípico.”

Sobre os exames que estão sendo feitos na Inglaterra, afirmou que os resultados são esperados para esta semana. “Até quinta-feira sai a resposta dos exames (…) Será convocada uma coletiva para falar os resultados assim que eles saírem.” Ele considera que a suspeita foi detectada “no momento certo”. “Estamos fazendo todas as medidas para evitar algum fechamento de mercado.”

Risco sanitário

Apesar do otimismo em relação a 2014, as questões sanitárias preocupam o Paraná. Na semana passada, a suspeita de um caso da doença da vaca louca em Mato Grosso tocou sinal de alerta no mercado paranaense. O temor é que haja restrições para todo o país.

O caso vem sendo tratado como ocorrência atípica, mas, no fim de semana, foram sacrificados 49 animais entre 11 e 13 anos numa fazenda de Porto Esperidião (Sudoeste do estado). A carne do animal que morreu com suspeita da doença não teria entrado na cadeia de consumo, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Neste mercado as coisas podem mudar rapidamente”, ressalta o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarnes) e presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar.

Fonte: Gazeta do Povo – 29/04/2014Gado-confinado-(3)

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