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BB concede o maior empréstimo dentro do programa ABC

O Banco do Brasil resolveu acelerar a estratégia de concentrar suas operações em financiamentos a atividades rurais sustentáveis. Dono da maior carteira de crédito rural do país, o BB formalizou ontem, em Brasília, o segundo e mais volumoso empréstimo do programa federal Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Hoje, em Ji-Paraná (RO), o banco firmará outros dois contratos.

O novo empréstimo soma R$ 1 milhão para a recuperação de pastagens e a aquisição de matrizes bovinas. A linha de crédito tem juros de 5,5% ao ano e prazo de oito anos de pagamento, com três de carência. "É importante porque estamos financiando a agricultura mais moderna do mundo", afirmou o vice-presidente de Agronegócios do BB, Osmar Dias, ao Valor. O executivo argumentou que o "ABC" será a "nova onda" da agricultura sustentável e influenciará o setor em outros países. "Teve a onda da mecanização, do plantio direto e da biotecnologia. Essa é uma mistura de tudo porque contempla três processos, gerando preservação para produzir mais".

O BB aposta que financiar a chamada integração lavoura-pecuária-florestas (ILPF) resultará em uma forte elevação da produtividade média das lavouras e, principalmente, da pecuária brasileiras. "Estamos muito entusiasmados. É emblemático porque é viável, uma coisa de futuro, que vai recuperar o crescimento da produtividade de 10 ou 15 anos atrás", disse Osmar Dias.

Esse novo contrato tem ainda outro simbolismo. O produtor beneficiado é o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, um dos primeiros defensores da integração das atividades lavoura-pecuária-floresta em uma mesma área. As primeiras experiências dessa integração começaram há quase uma década em sua fazenda de 1,2 mil hectares, em Baldim (MG), a 100 quilômetros da capital Belo Horizonte.

"Esse é o projeto com que sempre sonhei. Muda o conceito de produção, usa intensamente a terra, com lavoura, pastagem e floresta juntos. Eleva a fertilização do solo, a captação de água e elimina a erosão", afirmou Paulinelli, criador da Embrapa e do programa de desenvolvimento dos Cerrados brasileiros (Prodecer) durante o regime militar.

Paulinelli afirma que a integração elevou fortemente as médias de produção em sua fazenda. Na última safra, ele produziu 196 sacas de milho e 50 sacas de soja por hectare. Mais importante: reduziu, de 120 para apenas 70 dias, o tempo de confinamento de suas 1,2 mil cabeças de gado. Ao chegar para a engorda final, as reses terão 14 arrobas, e não apenas 12 arrobas de antes da implantação do sistema.

Paulinelli comprará 500 matrizes e reprodutores para seu rebanho. Ampliará em 400 hectares a área de pastagem via recuperação, reformará parte das instalações da pecuária e construirá três galpões para armazenagem. "Hoje, perco de R$ 8 a R$ 10 por arroba porque o pessoal vem de São Paulo e compra tudo. Agora, vou ganhar essa diferença", avalia.

Fonte: Valor Econômico – Mauro Zanatta

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