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Ano será de defesa do seguro rural

Quebra climática traz à tona importância de o agricultor contar com garantias na produção de grãos

 
A quebra climática na produção de grãos registrada no Sul do país fará de 2012 um ano de discussões sobre o seguro rural. As organizações que representam os produtores de grãos – Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e Federação da Agricultura do Paraná (Faep) – estão se unindo a seguradoras para financiar um estudo que possa mostrar ao governo federal, em abril, a importância da estruturação do sistema, para garantir renda ao campo e evitar que o endividamento se agrave. O agronegócio espera ampliar o orçamento do programa de subvenção ao prêmio do seguro rural – que barateia o custo dos contratos em até 70% aos produtores – nos próximos anos.

O orçamento do programa para 2012 frustrou o setor. Dos R$ 670 milhões solicitados, apenas R$ 46 milhões foram aprovados inicialmente. Depois de intensas discussões, essa cifra passou a R$ 170 milhões, ainda considerados insuficientes. Os produtores temem que, sem recursos para subvenção, as seguradoras deixem de desenvolver novos contratos, medida chave para a transição de um sistema que garante os financiamentos de custeio para outro que ofereça garantia de renda e de produção.

Em relação à safra 2011/12, que começa a ser colhida, as seguradoras estimam que apenas 45% dos contratos de financiamento para custeio de milho têm algum tipo de cobertura no Paraná. A meta era fazer com que o cereal chegasse ao patamar da soja, que tem cobertura para cerca de 80% dos empréstimos. Metade da área de cultivo de grãos, incluindo as plantadas com recursos próprios, não tem nenhum tipo de seguro. O orçamento de 2011 para subvenções somou R$ 152 milhões e teria sido totalmente utilizado.

Até que o seguro se difunda, safras como a atual representam alto risco para as seguradoras. Os contratos firmados com os produtores foram assinados num momento em que não havia garantia de recursos públicos para cobrir os prêmios, mas os contratos estão valendo e podem ser acionados em caso de perdas climáticas.

Garantia
Seguro decepciona produtor

Diariamente, cerca de 500 produtores estão acionando o Seguro Rural (agricultura comercial) e o Proagro (direcionado à agricultura familiar) somente no Paraná. No entanto, muitos relatam que as indenizações não cobrem seus custos.

Ivo Dal Maso, de Toledo (Oeste), conta que suas despesas somaram 40 sacas de soja por hectare. Ele tem áreas que estão rendendo apenas 13 sacas. Acionou o seguro rural para receber indenização. Porém, o contrato que assinou garante apenas 25 sacas por hectare. Ou seja, apesar da garantia, terá 15 sacas por hectare de prejuízo nas áreas mais prejudicadas. Em seu caso, o contrato amenizou mas não resolveu o problema da seca.

Embora ainda não saiba qual será o rendimento médio das lavouras, Antonio Claudio de Oliveira, de Campo Mourão, preferiu se precaver e acionar o seguro. Contratante do Proagro, o agricultor tem certeza que não conseguirá cobrir os custos da plantação de milho, que foi a mais prejudicada pela estiagem. "Se conseguir colher 7,5 mil quilos por hectare vou ficar faceiro, mas não vai dar para pagar o custo, que foi equivalente a 8,75 mil quilos por hectare", calcula.

Fonte: Gazeta do Povo

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